sábado, fevereiro 02, 2008

Odu Oyá

Hieros Vasconcelos

Hoje é festa de Iemanjá. O Rio Vermelho está todo enfeitado. Decoração simples e bonitinha.
Redes de pesca no alto, de um lado a outro da rua, e peixinhos grudados nelas.
Nos postes, barquinhos de madeira e rosas brancas grandes de plástico para o caso de chover.
Desci a ladeira da minha rua para dar uma olhada.
Estava bacana. Tinha roda de capoeira, charanga, a voz de soprano de Viriginia Rodrigues nos alto-falantes, e uma banda de forró de raiz com gente dançando no largo. Muitas flores. Pena que não levei dinheiro. Podia ter comprado umas angélicas para botar em casa, ou umas rosas tingidas de azul .
As emissoras de TV e de rádio a postos. Encontrei alguns colegas. Todo mundo trabalhando.
Eu também vou trabalhar mais tarde. Não no Rio Vermelho.
Pena, pois gostaria de ficar mais.
O mendigo que dorme em frente a padaria ganhou roupa nova:
calça, camisa de mangas compridas, e sapato.
Gente de todos os tipos e classes vestidas de branco. Clima de euforia e de expectativa, som , cheiros, cores, crianças, mar, barcos, alegria.
A fila de presentes estava grande , quase em frente ao Ex-Tudo.
A Casa do Peso já cheia de cestos de flores, de alfazemas, de espelhos e outros presentes para serem levados para alto-mar em procissão no fim da tarde.
Coisas que a rainha do mar gosta.
Gente da terra, turistas brasileiros e estrangeiros.
Todo mundo com uma florzinha nas mão... Uma oferenda e um pedido.
Quem sabe Iemanjá não muda um destino?
arranja um marido, uma mulher, traz saúde,
prosperidade, harmoniza uma família...
O que será que cada um pede?
Eu não pedi nada.
E se pedisse,

pediria que tudo continuasse assim para sempre..
Como hoje de manhã.
Odu Oyá!

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