segunda-feira, dezembro 29, 2008

Ah, Israel...Voce não toma jeito!


Gente, que tristeza essa situação em Gaza! Em pleno período natalino...
Será que o inferno em que esses povos- judeus e palestinos- vivem não vai acabar nunca?
Não precisa ser analista, para ver com clareza que esse conflito é alimentado por aqueles que querem manter o poder e o ‘status quo’ na região. Tanto de um lado quanto de outro. O Hamas ataca Israel que reage desproporcionalmente, e acaba causando a morte de centenas de civis inocentes. É um círculo que não acaba nunca. Os inimigos da paz manejam seus adversários como títeres. Se o inferno existe, deve ficar naquela área.
Talvez por isto Cristo tenha nascido lá. Para levar esperança de paz e de fraternidade entre os homens. Daí o ditado: ”santo de casa, não faz milagres”. O povo, entre o qual ele veio, não tem inteligência emocional, e continua aferrado às leis de Moisés do olho por olho e dente por dente.
É muito fácil para os inimigos de Israel manipularem suas ações e reações. São sempre as mesmas: a da força. E enquanto este ciclo não for quebrado, a situação não vai acabar. Pobre povo israelense; pobre povo palestino. Pobre de nós, seres humanos, que cada dia ficamos mais pertos do Apocalipse e cada vez mais distante das máximas pregadas pelo Cristo, de amar ao próximo como a si mesmo e a fazer aos outros o que quisermos que seja feito a nós mesmos.
Quando será que o governo israelense vai tomar uma atitude inteligente e mudar de métodos, de esttratégia? De deixar de reagir como querem seus inimigos?
Essa guerra estúpida, todos sabem, pode levar à destruição de todo o planeta.
Vejo pelo noticiário da TV imagens de bombas e de pessoas feridas.
Olho pela minha janela e vejo um pedaço do mar, em Ondina, e a Igrejinha de São Lázaro, no alto da colina, pintada de branco e sobranceira. Barulho só o dos automóveis que passam na rua e de conversa entre transeuntes.
Apesar de tudo ( e é muita coisa para se lamentar), ainda acho que tenho sorte de viver no Brasil!
Que 2009 abra nossos corações e que possamos nos ver a todos, independente de religião, de cor, de raça, de gênero, de nacionalidades, de opiniões, como o que realmente somos: seres humanos; irmãos. Apenas isso!
E que o governo israelense tome uma atitude inteligente, ao contrário da que desejam e buscam seus adversários!

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Barack Obama: Contemporaneidade e Relações Raciais


O texto é grande, mas acho que vale a pena ser lido. Foi escrito pela amiga Lúcia Correia Lima e publicado no jornal A Tarde um pouco antes das eleições norte-americanas. Lúcia comenta, de uma maneira clara e coerente a questão do problema racial nos EUA e no Brasil, semelhanças e diferenças, sem maniqueísmos nem rancores, mas com o pragmatismo dos que lutam por mudanças e não pela perpetuação ou ampliação do sofrimento. Gostei e estou publicando para vocês com a autorização da autora.


"O jornalista John Carlin, repórter do espanhol El País, com uma simplicidade que me faz lembrar uma brincadeira dos ingleses, que brinca com a palavra miss, (senhorita), transformando-a em uma sigla, que quer dizer: “Make it simple, stupid”, ou seja: faça a coisa simples, estúpido, reúne na matéria “A Cor de Obama nos desafia”, informações antropológicas, históricas e sociológicas, que nos fazem entender a questão, que o mestiço norte americano enfrenta em seu caminho para a Casa Branca, diante dos afro-americanos; com semelhanças, mas, fundamentais diferenças dos afro-brasileiros.

Na matéria de página inteira, publicada recentemente no jornal A Tarde, o repórter nos mostra os abismos entre os afro-americanos, que são descendentes da cruel escravidão, e a nova geração de descendentes africanos que “se instalaram na terra das oportunidades de maneira voluntária, atraídos pela possibilidade de uma vida melhor. E disso nasce aquele otimismo fresco, às vezes ingênuo, que segue definindo a American Way of Life.”.

Obama, não é descendente de escravos, e nasce de uma mãe bem branquinha e corajosa, ao se casar com um africano, em um Estado, em que uniões entre brancos e negros eram proibidos por lei. Depois, tão corajosa quanto, se casou novamente com um oriental, que obviamente colaborou na educação, daquele que segmentos menos conservadores no mundo, torcem, para que seja o próximo presidente dos Estados Unidos.

Temos simpatia por Obama, embora ele, como todos os mortais, tenha equívocos; e já está completamente equivocado quando disse em um dos seus discursos de campanha, que “a Amazônia é internacional”. Se assim o for, quero voltar para New York sem visto, apenas com minha identidade da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), que, com lei federal nos fornece o mesmo documento emitido pelas Secretarias de Seguranças.

Lendo naquele sereno domingo o matutino baiano, lembrei-me do dia em que as torres, símbolos do poder econômico americano, estavam tragicamente sendo derretidas, por ações terroristas. Acontecia naqueles 11 de setembro em Salvador, um encontro internacional de capoeira angola. A arte afro-brasileira, que me encantou desde jovem.

Hospedavam-se em minha casa, quatro capoeiristas norte-americanas. No exato dia em que os aviões destruíram as torres em New York, uma das meninas do noroeste, chegou na casa aos prantos, dizendo que a guerra havia começado. Só aí ligamos a TV, e juntas, em silêncio e perplexas vimos as cenas que durante séculos, o mundo não vai esquecer.

Sofri com os colegas capoeiras, que estavam fora de seu país em um momento como aquele. Mas, tudo se transformou em uma profunda reflexão. Convivi de perto, com a força da alma do povo norte americano. Uma delas da Califórnia, lembrou com tranqüilidade: “Tivemos um presidente que disse: a cada duzentos anos, o povo americano tem que fazer uma revolução”.

O fato de Obama já ter chegado tão próximo da presidência de seu povo, possivelmente, esta revolução está a caminho. Embora este conceito de revolução já seja para muitos um mito, depois da chegada do capitalismo; depois da revolução burguesa. Do processo irreversível de industrialização, as maquinas estão sempre a revolucionar as relações de produção e consequentemente sociais. O velho Marx há muito já nos disse: “tudo que é sólido, desmancha no ar”!

Sonho de King

Para o repórter do jornal espanhol, Obama é também a realização do sonho do líder negro Martin Luter King, de que um dia, seus filhos fossem julgados não pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. O mestiço chamado de negro, filho de um emigrante queniano e uma branca do Kansas, venceu porque sua inteligência emocional não é formada pela insistente memória da escravidão e da crueldade do racismo, mas pela busca de oportunidades e pela memória da coragem de sua nobre mãe, penso eu, puxando a brasa para a sardinha de nós mulheres.

O jovem advogado que já é vitorioso ao vencer o poderio dos Clintons, foi para Harvard, uma das melhores universidades, e tem “colhido com as duas mãos, sem um complexo aparente, as oportunidades que abundam em seu país.” Disse o jornalista John Carlin, que com este nome, deve ser também fruto desta mistura vinda da modernidade: John é um nome inglês e Carlin possivelmente italiano.

Esta matéria me fez refletir, sobre a forma enganada com que nossos lideres negros, tentam transplantar a realidade dos descendentes de escravos nortes americanos, arrastando-a para dentro de nossa realidade. Principalmente da realidade baiana, aonde o desenvolvimento do capitalismo chegou muito tempo depois que no sul do país.

O sul que recebeu imigrantes para as plantações de exportação, e para o início ao processo de industrialização, deixando os descendentes de escravos a própria sorte, como nos mostra Florestam Fernandes em seu fundamental texto de 1968, Relação de Raça no Brasil: Realidade e Mito: “... Pode-se verificar como este mecanismo se manifestava em cidades como São Salvador, Recife ou Rio de Janeiro, nas quais as populações negras e principalmente, mestiças logravam a aquisição de um nicho relativamente vantajoso na organização social e econômica daquelas comunidades.”.

O genial Florestan, também fruto de uma mistura de “raças”, (porque raças não existem), descreve o quanto a vida dos ex-escravos da Princesa Isabel, em São Paulo, continuou dramática, pelo fato de não serem absolvidos e preparados para a vida de libertos e assalariados. Sendo rapidamente substituídos pelos imigrantes. Ficando os homens negros libertos em degradante situação; sustentados pelas mulheres que se adaptaram aos salários e obrigações das empregadas domésticas.

Os afro-americanos, foram objetos de estudo do escritor catedrático negro Shelby Steele, que há quase vinte anos escreveu “O Conteúdo de Nosso Caráter”, que deveria ser estudado por nossos lideres afro-brasileiros, que cometem o equivoco de trazer para nós as dores e estratégias dos descendentes de escravos norte americanos, dos quais Obama não faz parte.

“Steele fala da “carga perigosa” que representa a memória histórica da opressão e da condição mental “defensiva e guerreira” que ela gera. O movimento em direção ao passado é tão irresistível que as oportunidades que alguém tem no presente se tornam invisíveis”. Escreve John, mas deixa claro também, a obviedade da continuação de sinais importantes de racismo no país de Obama; e esta obviedade sim, pode ser transplantada para o Brasil, quando insiste em tapar o sol com a peneira ao tentar esconder com palavras o racismo em nossa sociedade.

Mas, como evoluímos, mesmo que não queiramos (Ave Maria!) existem sim muitos lideres negros baianos, que têm também esta visão contemporânea de Obama. Lembro-me de um evento para homenagear mestres de capoeira, organizado pela CUT e patrocinado pelo Sindicato dos Químicos e Petroleiros, em que a mestra angoleira Janja, disse em seu discurso: “A questão do racismo em nossa sociedade, é de toda ela, brancos e negros, é do conjunto da sociedade.”

Por isto entendo Obama, quando ele, na presença de milhares de pessoas em um estádio, e para as câmaras de TV, disse, com suas palavras, que aqueles negros que esperavam dele esta memória da escravidão, esta dor nunca superada que os levam para trás, para um baixo desempenho nas escolas, para alto índice de doenças cardíacas e uma constante baixa-estima; não para o futuro, que estes, não precisavam votar nele. Barack em toda sua campanha, está deixando claro: quer ser o presidente de todo o povo americano, negros, brancos, oriental-descendentes e hispânico-descendentes".



Lucia Correia Lima é jornalista, fotográfica e roteirista. Esta escrevendo o livro Mandinga em Manhattan, um prêmio do Ministério da Cultura e Fundação Gregório de Mattos, com patrocínio da Petrobras, que é uma continuação do documentário de sua autoria, com o mesmo título, selecionado pelo DOCTC, da Fundação Padre Anchieta, Minc e Irdeb.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

A Cúpula do Calote em Sauípe

Não me venham com historinhas humanitárias...
No Brasil tem mais pobres e miseráveis que no Equador, no Paraguai, e na Bolívia. Aliás, a quantidade de nossos pobres e miseráveis deve ser maior que a população desses países. Talvez até juntos. Agora, alguns chefes desses países, capitaneados pelo 'Futuro Grande Ditador' venezuelano, deflagram a bandeira socialista para dizer que não vão pagar a dívida com o Brasil, que consideram ilegítima.
Ora, ora, se é assim é o caso de todo devedor afirmar que sua dívida é ilegítima (aluguéis, prestação de carros, de escolas etc) e deixar de pagar.
Sei que estou sendo simplista, mas acho que a história pode ser resumida assim: Devo, não nego e não pago. E daí?
E daí? É o que eu, como cidadã brasileira, que paga impostos e sofre com a falta de serviços públicos eficientes, que sofre vendo o nível de violência cada vez maior no país, que sofre vendo meninos de ruas cheirando cola, sem escolas e sem perspectivas, sendo explorados sexualmente, que sofre com mendigos e doentes mentais dormindo nas calçadas de Salvador, que sofre com o lixo nas ruas, quero ver qual vai ser a reação do governo brasileiro.
Pobres por pobres, vamos colocar os nossos em primeiro lugar. E vamos entregar os caloteiros à Justiça Internacional. Retirar todos os investimentos desses países. Vamos parar com essa historinha capciosa e de mentirinha. Vamos ver se o chefão deles vai usar a CHAVE para abrir a porta dos seus cofres.
Enquanto isso na China, após mais de meio século de comunismo razoavelmente bem sucedido, se é que se pode dizer que um regime é bem sucedido onde não há liberdade, o presidente vai à público dizer que só o capitalismo pode salvar o país da atual crise econômico. É mesmo????
É óbvio que não existe regime perfeito, mas o mais perto disso é certamente é aquele onde há liberdade. Mesmo que os que insistem em se apegar ao que comprovadamente não passam de velhas utopias, aleguem que onde há fome e ignorância não há liberdade. (Acordem Alices! ) . Vamos tentar encontrar um sistema melhor. Onde haja honestidade, ética, moralidade, compromisso com o próximo e com o seu país. Por que isso é tão difícil assim?
Ditadores, sejam pequenos ou grandes, se coloquem à direita ou à esquerda, e se chamem Pinochet, Médici, Fidel Castro, Chávez ( como se dá tanta importância a uma criatura tão rasa e óbvia como essa?) não são dignos de apreço.
É claro que se eu morasse na Venezuela poderia pegar cadeia por chamar o "bolivariano" do que acredito que ele é. Mas como aqui a gente ainda tem liberdade de expressão, quem gostar goste, quem não gostar não goste.
Tou me lixando para patrulhas sectárias e reacionárias. Reacionárias, sim!
O IBGE divulgou hoje que a população de 77% dos municípios brasileiros no Nordeste vive na pobreza. No Sudeste, 13,3% das cidades possuíam mais de 50% de sua população abaixo da linha de pobreza e no Norte 28,7% . E aí, Sr. Correa, Sr. Morales e Sr. Lugo?
Caloteiros têm que ser tratados como caloteiros!

quarta-feira, dezembro 17, 2008

O pessoal tá ligado!


Hoje fui ao Pelourinho consertar e limpar um par de óculos antigos que achei no armário e resolvi voltar a usar. O dono da loja de consertos, que fica ao lado do bondinho desde que eu me entendo por gente, e bota tempo nisso, disse que ficaria pronto em uma hora e meia.



Resolvi bater perna. Adoro o Centro Histórico e fico muito triste ao verificar a situação em que ele se encontra atualmente. Poucos turistas, muitos mendigos e meninos dormindo nas calçadas.



Passei por um grupo de ambulantes que, cheios de colares e lembranças da Bahia conversavam entre si por falta de turistas para correr atrás:



-Tá todo mundo aí. Até aquele que botou os brasileiros para fora....



- Quem não saísse virava escravo!



-Ó paí, véio.... exclamou o terceiro horrorizado.






Percebi que eles falavam da Cúpula dos países sul-americanos que está sendo realizado na Costa de Sauípe, na Linha Verde. Só não sei quem era o tal a quem eles se referiam: o Lugo, do Paraguai; Morales da Bolívia, ou Correa, do Equador.

De todo modo, deu para perceber que o pessoal tá ligado.....

Podem crer: um calote do Equador não será bem visto pelo povão que dá duro para levar feijão prá casa (ou será pá casa?).

segunda-feira, dezembro 15, 2008

O som alto que mata e nos inferniza a vida.....

Estou ficando deprimida com o nível da violência no país, que aqui em Salvador não fica atrás do Rio nem de São Paulo.
A gente entra na Internet e só vê noticias sobre pessoas mortas em assalto e em brigas. Pessoas comuns que poderiam ser nossos vizinhos, nossos parentes, nós mesmos.
O do frentista assassinado em um posto do gasolina no biarro de São Rafael por um doente mental que tinha sido advertido(e não foi pelo rapaz) para abaixar o som do seu automóvel, que estava nas alturas às 2h da madrugada, fazendo valer a Lei Municipal que a própria prefeitura parece ignorar, me deixa duplamente moritificada. Pelo assassinato de um inocente, pela banalidade do crime, e por me identificar com aqueles que não admitem ter seus ouvidos violentados por essa coisa barulhenta, que alguns chamam de "música". Essa coisa nas alturas só pode ser chamada de "música " se fosse no inferno. Lá sim, seria cabível. E faria sentido.
O dono do posto onde ocorreu o crime diz que não sabe mais o que fazer. A olícia se faz de morta quando chamada. Se houver multa é ele quem vai ter que pagar.
Esse caos auditivo ocorre aqui em Salvador o tempo todo. Não sou psicóloga, e, se fosse, não seria isenta para falar sobre o tema.
Mas Salvador muitas vêzes parece o fim do mundo, a barbárie. Tem gente que confunde alegria com barulho e até como sinal, pelos ignorantes e mau-educados, é claro, de ascensão social. Carrão, sonzão! "Saí da invisibilidade", parecem dizer!
Quando vejo um dos inúmeros automóveis que circulam pela rua onde moro com o som tão alto quanto um trio elétrico, que faz estremecer o prédio, e ROUBA a nossa TRANQUILIDADE, chego a perder a esperança no futuro. Essas pessoas nesses automóveis não devem ter um pingo de massa cinzenta, e provavelmente já estão surdas para poderem aguentar um barulho desses .
Fico totalmente sem esperanças de que as pessoas reconheçam seus direitos e deveres, e saibam o que significa respeitar o direito do Outro.
Utopia. Isso aqui em Salvador é para o dia de São Nunca.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Uma estátua para Jorge


Acabei de ler no jornal sobre uma homenagem prestada pela prefeitura do Rio ao baiano Dorival Caymmi . Um dos músicos mais importantes da Bahia ( celeiro de artistas, sem querer ser clichê, mas sendo) Caymmi merecidamente ganhou uma estátua no calçadão de Copacabana, bairro onde morou por 30 anos.
E, vendo isso, fico perplexa com o descaso do governo do nosso estado para com um dos maiores escritores brasileiros, e um dos mais conhecidos mundialmente: Jorge Amado.
As obras e objetos do escritor , que tornou a Bahia conhecida mundialmente em seus cerca de 60 romances, teve que ser leiloada pelos herdeiros no Rio de Janeiro por falta de interesse do governo baiano. É inacreditável! Como isso é possível?
Lembro que durante uma viagem que fiz a Portugal em 2004 , após ter ganho um prêmio da Salvatur, estava num supermercado quando uma moça se aproximou de mim e puxou conversa. Eu disse que era brasileira, ela, portuguesa de uma das ex- colônias, me perguntou de que lugarl eu era. Quando disse que era da Bahia, ela exclamou entusiasmada: “Bela terra!”
“Você conhece?” perguntei. E ela: “Não, mas li os livros de Jorge Amado”.
Pois é. Não entendo essa atitude do governo baiano. Me parece ser uma vingança relacionada às ligações do escritor com governos anteriores, adversários do atual. Se for, é muita pequenez; se não for é muita incompetência.

Governador, Jorge Amado merece não só uma, mas várias estátuas na Bahia, notadamente em Salvador. Ele já fez pela Bahia o que muitos baianos, e falsos baianos, hoje notórios, jamais farão em todas as suas vidas -somadas.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Só faltava....

Como se não bastasse o perigo representado pelos racistas dos EUA, a Al Qaeda também faz ameaças a Obama. Para o grupo terrorista, a vitória de Obama, que mostrou a força do sistema democrático, foi um balde de água fria nas suas idéias atrasadas. Agora, o número 2 do terror conclama seus fanáticos a promoverem novos atentados contra o mundo ocidental, e diz que Obama se dobrou aos brancos. Para quem admira esse tipo de pobreza moral e intelectual, um prato cheio. Obama - e sua campanha mostrou isso- está acima da mediocridade e do medievalismo das ideologias que priorizam raças, religiões, e generos. Por isso foi eleito.E, gostem ou não dos EstadosUnidos, por motivos justificados ou não, o mundo inteiro teve que reconhecer a grandiosidade representada pela eleição de um mestiço com nome africano, para comandar o país mais poderoso do mundo. Inveja mata!
Obama conquistou, com seu discurso moderno e futurista, todos aqueles que realmente desejam a paz e a integração entre povos e etnias, já que pesquisas científicas já provaram que só existe uma raça: a humana.

terça-feira, novembro 18, 2008

Ação afirmativa

Divulgação
PPG/CEPAIA/UNEB PROMOVEM:

CONFERÊNCIA "AÇÃO AFIRMATIVA NO BRASIL: O DEBATE PÚBLICO"

DR. JOÃO FERES JÚNIOR (IUPERJ)

LOCAL: TEATRO UNEB

DATA: 19/11/2008

HORÁRIO: 14:00H

Viva Stanley Ann, mãe de Obama!


Vixe, o caso é sério. Mais uma vez esqueci a senha do meu blog e só após várias tentativas consegui entrar. Queria escrever sobre um artigo do jornalista Uraniano Mota, enviado por uma amiga, sobre a mãe de Barack Obama, uma mulher excepcional, que abria e seguia seus próprios caminhos. Stanley Ann Dunham era dona de si e não permitia que o medo ou as convenções a limitassem, seja como mulher, seja como ser humano. Em 1960, aos 18 anos, conheceu o negro Barack Hussein Obama, numa universidade, namorou o jovem queniano, engravidou e viveu algum tempo com ele. Imaginem o peso que deveria ter o fato de ser mãe solteira e ainda mais do filho de um negro.Imaginem há mais de 40 anos atrás. Naquela época os negros americanos ainda não tinham conquistado o direito ao voto e eram segregados pelos brancos. Mas, Ann era Ann e em 1964 , Stanley Ann voltou à faculdade para se formar e casar à sua maneira mais uma vez: uniu-se a um estrangeiro não-branco, o indonésio Lolo Soetoro, que ajudou a criar Obama até os 10 anos, quando então ele foi viver com a avó materna.

Durante a campanha, Obama, que escreveu um livro sobre o pai a quem vira poucas vezes após completar dois anos, disse que se soubesse que sua mãe iria morrer tão cedo (1995 de câncer no ovário) teria lhe prestado uma homenagem, já que devia a ela e à sua avó tudo que ele era.

Segundo o artigo, Maya Soetoro-Ng, a meia-irmã de Obama, teria afirmado recentemente que a filosofia de vida de sua mãe era "não se limitar por medo de definições estreitas; não erguer muros à sua volta ; e a se empenhar ao máximo para encontrar a afinidade e a beleza em locais inesperados.

Obama por sua vez teria dito que sua mãe era a pessoa mais gentil, o espírito mais generoso que conheceu e que o que ele tem de melhor deve a ela.

Stanely Ann ajudou a mudar a história americana ao ter e ao criar o seu filho, um mestiço, eleito no início deste mês para a presidência do país mais poderoso do mundo. E ajudou também, mesmo de forma subjetiva, um povo a superar seus preconceitos e a tentar mudar para melhor, o destino do seu país.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Queridas amigas


Gente, ontem fui à praia no Farol da Barra com Mariinha e Olívia. Depois fomos almoçar no Bate-Boca. Há muito tempo que eu não ia à uma praia domingo e ficava jogando conversa fora. A praia estava maravilhosa, sol, mar azul e muitas poçinhas. Vamos relembrar nosso tempo de andar em turma?

sábado, novembro 15, 2008

Vamos à fonte

"Depois de longa ausência/ e penosa distancia/ revi a fonte da mata/ de cuja água bebi na minha infancia. E que melancolia nessa emoção tão grata.Ver a constancia das coisas/ na inconstancia/ ver que a poesia /é uma segunda infancia. E que toda poesia vem da fonte da mata". Essa poesia ficou na mnha memória. Não lembro o nome do autor. Acho que é Hermes não sei de quê. Li no Tesouro da Juventude, na adolescência, quando devorava livros, e li todos os exemplares da coleção de cabo a rabo. Acho que o Tesouro faz parte da minha personaldiade.
Pois é, fiquei fora do Útero nos últimos meses. Talvez por não ter o que dizer.Talvez por não querer dizer o que gostaria de dizer. Talvez porque eu nem sempre fale o que sinto, e somente o que penso. Essa falta de vontade de escrever começou, não sei porque, antes de eu sair do Correio da Bahia, onde trabalhei por 18 anos, e continuou depois da minha saída. Saí em julho. Houve uma mudança na estrutura do jornal e quem não se adaptou saiu. Eu saí e também quase todos os editores.
Apesar de ter sido um trabalho que me dava prazer (eu editava Internacional e Brasil) , não fiquei com saudades. Já era hora de mudar mesmo. Os colegas queridos continuam na minha vida. São quase todos. Na verdade, não há ninguém no jornal que eu possa dizer que não gostava, tolerava, detestava coisas assim. Tenho divergências com alguns, pouca empatia com outros alguns, porém nada grave. Coisas de relacionamentos.
Acho que estava um pouco meio enjoada de tudo. Pensei até em trocar o nome desse meu blog, mas minhas amigas não deixaram. Acham o nome divertido.Enfim, vamos fazer como se meu útero estivesse com um mioma e ele tivesse sido extirpado. Volto às páginas. Quero noticias e comentários. Me contem o que eu perdi....

domingo, junho 29, 2008

Levinas?

"O desejo é uma fome que abre novas fomes, e quanto mais fome eu tenho, mais fome eu terei."

domingo, junho 22, 2008

Amizades criminosas

Que chocante essa história do Morro da Providência...
Um tenentinho arrogante prende três rapazes que o teriam desacatado, e, desobedecendo a ordem de um capitão que mandou libertá-los, entrega-os a traficantes de um morro rival como um "presentinho".
Os traficantes toturam e assassinam os "presentes", aparentemente sem nenhum motivo a não ser o fato deles morarem em outra favela, e de lhes ter sido "doados" por um oficial do Exército.
O tenente está preso assim como outros 10 militares que o acompanharam nessa empreitada sádica. Alguns alegam que não sabiam o que estava ocorrendo e que apenas obedeceram ordens.
Ficou claro porém que houve negociação entre os militares e os traficantes, já que os soldados entraram na Mineira num caminhão do Exército , sem terem sido recebidos a tiro, o que é o esperado infelizmente, e foram recebidos pelos traficantes que já os aguardavam.
Além das questões óbvias relativos ao desrespeito ao papel do Exército, choca ver com tanta clareza a promiscuidade existente entre os que são pagos para proteger os cidadãos, e respeitar as leis, e os criminosos. Que a Justiça cuide deles com rigor, o que acredito que fará já que a ação do tenente desmoralizou e manchou a credibilidade do Exército.
Assusta também os moradores da Providência saber que entre os soldados, que estão lá para dar proteção aos trabalhadores de uma obra, que alguns chamam de eleitoreira, estão moradores da Mineira, onde vivem traficantes rivais dos traficantes da Providência. E daí? O que moradores comuns teriam a ver com a guerra de criminosos? Ao que parece, tudo.
O Rio, e a Bahia também, começam a lembrar a barbárie servo-bósnia-croata e a barbárie africana onde pessoas agridem e matam vizinhos, conhecidos, por pertencerem a grupos étnicos diferentes dos seus. Confesso que tenho medo do que pode acontecer.
A sociedade tem que tomar uma providência urgente para pôr fim a esse estado de coisas.
O mal deve ser cortada pela raiz. Que essa conversa que todo mundo já ouviu sobre a necessidade da Educação ser levada a sério no país saia da retórica e se transforme em realidade. Antes que passemos todos a viver em estado de sítio. O pessoal das favelas e dos bairros pobres, infelizmente, já vivem essa realidade. E precisam sair dela.

quarta-feira, junho 18, 2008

Do meu planeta....


Ai, que alívio...

Consegui conectar com a internet depois de quase 20 dias de problemas com a Velox.

Um técnico veio até aqui e disse que o problema era no cabo (quando ele chegou o cabo estava conectado ao telefone). Só se eu fosse idiota para achar que poderia usar o telefone e a internet no mesmo cabo ao mesmo tempo. O problema não foi aqui em casa, garanto.
Mas, deixa prá lá. Hoje estou zen. Encontrei duas almas afins: uma na fila do banco que protestou quando um homem passou na sua frente (era um funcionário que mostrou o crachá prá ela), e outra no ônibus- continuo andando de ônibus( às vezes acho que é uma maldição e outras que é uma benção). A do ônibus pegou o celular e ligou para o número fornecido por uma ambulante, como se fosse de uma creche para a qual ela estava arrecadando dinheiro com a venda de canetas.

Não vi o resultado por que saltei antes, mas, como sou curiosa, também liguei. Demorou um pouco e uma voz feminina atendeu. Percebi que a linha era de telefone público e perguntei se ali era um orelhão. Disse que sim. Aí perguntei: "tem alguma creche por aí?".A mulher respondeu; "tem aqui em frente". Pode ser mentira, pode ser armação, mas não importa. Afinal, quem pagou levou uma caneta. E eu fiquei satisfeita por constatar que tem muita gente como eu, de saco cheio de ser desrespeitada e tratada como débil-mental.

Falar nisso, a SET colocou uma faixa para pedestres na rua Conselheiro Pedro Luís, na esquina com a rua Vidal não sei o quê.

Deve ter sido para enfeitar o asfalto. Os motoristas não só não param, como sequer diminuem a velocidade.

Esta semana uma senhora quase foi atropelada (fui eu ). Indignada, mostrou a faixa para o motorista que fez um sinal obsceno para ela. O pior é que a dita cuja respondeu com o mesmo gesto . Que vergonha.

Tomara que a SET pegue esse descarado em alguma esquina, e que ele tenha que parcelar a multa em 12 vêzes. Tomara.. A SET bem que podia colocar um pardal na área . Iria ganhar uns trocados fáceis, fáceis...

Eu continuo esperando com muita fé, e muito estresse, que um dia esse povo tome jeito.....



sábado, junho 14, 2008

O que está contecendo com esses meninos?

Tem se tornado constante nos noticiários de Salvador, ultimamente, casos de relações sexuais entre adolescentes postados na internet pelos meninos.
Meninas que se expõem e se coisificam, meninos que alardeiam a virilidade denegrindo a imagem das meninas que se relacionam com eles...
Eu fico perplexa e me pergunto: O que está acontecendo com esses meninos e meninas? Que cultura perversa é essa que leva os jovens a esse tipo de exibicionismo vulgar?
O ato sexual entre eles parece não ter nada a ver com o prazer, como um ato de desejo, uma explosão de hormônios...
Ao contrário, parece brotar da necessidade de se sentirem valorizados, como se a coisificação de si mesmos os tornassem mais homens e mulheres.
A banalização do sexo e sua vulgarização tornou-se aceita e estimulada nesta sociedade baiana, doente e burra, onde "músicas" como "Chupa que é de uva", ou, "Senta que é de menta", viram hits cantados até por crianças de todas as idades. Como é que "músicas" como essas são tocadas em rádio e em shows? Não passam de pornografia.
Lembram da boquinha da garrafa?
É deprimente....
É deprimente....

sábado, maio 03, 2008

O doutor não gosta de berimbau...

O professor Natalino Dantas, coordenador do curso de medicina da Ufba, prestou um favor à Bahia ao justificar para a imprensa o fracasso dos seus alunos, no Enade, afirmando que isso se deu porque o baiano tem um QI baixo , o que se deveria à nossa mistura racial. Outras declarações do professor, que chocaram e irritaram a sociedade, também foram bem oportunas. Embora, evidentemente, não tenha sido essa a sua intenção, os comentários, que ele fez com tanta naturalidade, acabaram mostrando o cancro existente em determinados núcleos sociais, que se baseiam no preconceito racial e na falta de informações científicas.
Os sinais do preconceito na Bahia não são algo que esteja escondido. Na medicina ,sabe-se que para diagnosticar uma doença precisa-se observar os sinais e os sintomas do paciente. O médico pode captar os sinais , mas cabe aos pacientes falar dos seus sintomas para que possa ser tratado.
Ao fazer uma declaração que tinha como pano de fundo a sua resistência às cotas raciais para a universidade, o professor, especializado em cirurgia torácica-vascular, com mestrado e doutorado pela USP, parecia se sentir muito à vontade para expressar uma opinião anacrônica que certamente é compartilhada por determinados grupos. Assim, de acordo com Natalino, o baiano é burro por que é miscigenado.
Ora, ora, ora , há muito já se sabe que a teoria da supremacia de uma raça sobre outra não é respaldada pela ciência; estudos genéticos provam que teorias vinculando conceitos de evolução e raça não têm fundamento científico. Como é que o professor doutor não sabe disso?
O preconceito racial, portanto, além de anacrônico é uma demonstração de ignorância. A raça humana é uma só. Os tipos humanos são vários, mas a espécie é única. A prova disso somos nós, mestiços . Segundo uma amiga antropóloga, se houvesse diferenças entre as raças a cópula entre brancos e negros, negros e orientais, orientais e brancos e, outras misturas, não gerariam seres humanos nem qualquer outra coisa. Seria uma cópula estéril – se é que se se dizer assim.
É porisso que eu acredito convictamente que a Bahia deve sim agradecer ao professor Natalino por, no seu primarismo, trazer à tona um tema que mobilizou a sociedade baiana que se viu retratada e se sentiu ofendida com as declarações do referido mestre e doutor.
A propósito, embora eu prefira um violino, um berimbau bem tocado, sem dúvida, faz bem a alma.


terça-feira, março 18, 2008

Comprar produtos piratas também é pecado....

A Justiça cavalga a passos largos, será que essa frase existe?
Para mim, sim..
Tive certeza disso esta semana quando fui assistir a ao filme “ Sangue Negro” em DVD, “genérico”, que comprei na porta de um banco ..
Não é para me desculpar do gesto, mas raramente faço isso. Mas, a preguiça de ir ao cinema e o fato da minha locadora ainda não ter recebido a cópia desse lançamento me fez fazer essa compra impensada..
Paguei por isto. Barato, mas paguei ( o genérico custou R$5). .
A pessoa que fez as legendas do filme deve tê-lo traduzido com um dicionário na mão.
Os personagens não diziam coisa com coisa. “Estava aquela casa que construiu John lembrastes”, ou ”Faça com que pareça com aquela casa?” foram algumas das pérolas do texto que tinha também erros de ortografia e de digitação.
Comecei a achar que as imagens também tinham sido editadas fora de sequência.
“Que diabo é Isso?”, perguntaria o papa.
O Vaticano deveria ter incluído a compra de produtos piratas na nova lista de pecados.
Embora eu não seja católica iria ver esta minha incursão pela pirataria como um pecado.
E um pecado castigado na hora.
Bem feito.

quarta-feira, março 12, 2008

Eu sei bem a sorte que tenho...

Eu sei bem a sorte que tenho,
de poder andar na praia,
num dia iluminado de sol,
mar azul,
ondas fortes,
água limpa,
crianças brincando
na praia.
Sei que estou ficando
recorrente,
meio clichê,
dizendo sempre
as mesmas coisas,
mas é que me sinto
invadida por um
sentimento de gratidão
sempre que faço
meus passeios
ensolarados
num dia comum
da semana.

Tenho
consciência de
saber,

que eu bem sei
a sorte
que eu tenho...

sábado, fevereiro 09, 2008

Carnaval

Desisti de brincar o carnaval há algum tempo.
Minhas amigas também.
Embora já tenhamos 'arrebentado' em muitos carnavais que já nos viram de bailarinas, odaliscas, bruxas, e , segundo uma amiga meio destrambelhada, até de coelhinha(sempre batemos boca por causa desta infâmia) enchemos o saco.
Foi bom porque foi uma coisa coletiva- talvez por estarmos todas na mesma faixa etária.
Na quinta-feira de carnaval (porque aqui em Salvador, começa numa quinta) eu fui fazer umas compras na Barra e sentí nas pessoas que cruzaram o meu caminho, fosse gente de fora ou gente daqui, uma espécie de expectativa, de ansiedade, de vibração contagiantes.
Fiquei me sentindo meio isolada do mundo, com a sensação de que eu estava perdendo alguma coisa muito especial.
Ainda estou sentindo isto agora que o carnaval passou.
Eu queria muito gostar da folia, de brincar os seis dias, e, depois da catarse começar o ano, que começa na verdade depois do carnaval, todos sabem, com pernas doloridas e a alma lavada de suor.
Na verdade, acho lindo esta coisa do país inteiro parar nos mesmos dias, como umas férias coletivas para todos, sem trabalho, só a busca pelo prazer, pelo riso, pelo canto, pela alegria de se estar vivo.
E é legal também ver as pessoas que chegam em busca disso, e que vão embora felizes.
É como se fôssemos uma fábrica de alegria, um paraíso de felicidade. Para algumas pessoas somos realmente.
E eu não quero ser crítica agora, falar da violência, da pobreza e dos inúmeros problemas que temos e que precisamos resolver.
Quero falar das coisas boas. O carnaval do Rio, com seu luxo, arte, e criatividade, o de São Paulo cada vez mais expressivo, de Recife com seu forte apelo cultural, e o nosso aqui de Salvador, aberto, multi, de todas as tribos e de todos os ritmos.
Ah, eu queria tanto querer me perder na multidão....

sábado, fevereiro 02, 2008

Odu Oyá

Hieros Vasconcelos

Hoje é festa de Iemanjá. O Rio Vermelho está todo enfeitado. Decoração simples e bonitinha.
Redes de pesca no alto, de um lado a outro da rua, e peixinhos grudados nelas.
Nos postes, barquinhos de madeira e rosas brancas grandes de plástico para o caso de chover.
Desci a ladeira da minha rua para dar uma olhada.
Estava bacana. Tinha roda de capoeira, charanga, a voz de soprano de Viriginia Rodrigues nos alto-falantes, e uma banda de forró de raiz com gente dançando no largo. Muitas flores. Pena que não levei dinheiro. Podia ter comprado umas angélicas para botar em casa, ou umas rosas tingidas de azul .
As emissoras de TV e de rádio a postos. Encontrei alguns colegas. Todo mundo trabalhando.
Eu também vou trabalhar mais tarde. Não no Rio Vermelho.
Pena, pois gostaria de ficar mais.
O mendigo que dorme em frente a padaria ganhou roupa nova:
calça, camisa de mangas compridas, e sapato.
Gente de todos os tipos e classes vestidas de branco. Clima de euforia e de expectativa, som , cheiros, cores, crianças, mar, barcos, alegria.
A fila de presentes estava grande , quase em frente ao Ex-Tudo.
A Casa do Peso já cheia de cestos de flores, de alfazemas, de espelhos e outros presentes para serem levados para alto-mar em procissão no fim da tarde.
Coisas que a rainha do mar gosta.
Gente da terra, turistas brasileiros e estrangeiros.
Todo mundo com uma florzinha nas mão... Uma oferenda e um pedido.
Quem sabe Iemanjá não muda um destino?
arranja um marido, uma mulher, traz saúde,
prosperidade, harmoniza uma família...
O que será que cada um pede?
Eu não pedi nada.
E se pedisse,

pediria que tudo continuasse assim para sempre..
Como hoje de manhã.
Odu Oyá!

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Viva o educador (os verdadeiros, não os pseudos)

É tão bonita a profissão de PROFESSOR!!!

Trabalha muito pra educar o filho da gente...
Educa o "meu"
Educa o "seu"
Educa o "dele"
Educa o "pobre"
Educa o "rico"
Educa o "doente"
Educa o "grande"
Educa o "pequeno"
Fica todo mundo mais "inteligente"!!!

É muito nobre a profissão do EDUCADOR!!!
Ele educa qualquer um sem distinção
Educa o "feio"
Educa o "lindo"
Educa o "ruim"
Mas também educa o "BAUM"!!!

Educa o "careca"
Educa o "cabeludo"
Educa o "cara lisa"
Educa o "cabeludo"
Também educa o "barbudo"
Educa o "musculoso"
Também educa o "fraquinho"
Educa quem é "magro"
Também educa o "gordinho"
ESSE PROFESSOR EDUCA TODOS COM CARINHO!!!

Educa quem "trabalha"
Também educa o "folgado"
Educa quem tem "grana"
Educa o "apertado"
Educa o "conformado"
Educa o "aventureiro"
Educa o "perfumado"
Educa o que não tem "cheiro"

VIVA O PROFESSOR EDUCADOR DO MUNDO INTEIRO!!!
VIVAAAAAAAAAAAAA!!!!!
OS PROFESSORES QUE EDUCAM OS FILHOS DE
TODO MUNDO TÊM MUITO VALOR...
MAS...O QUE EDUCA O MEU,
NÃO TEM DINHEIRO QUE PAGUE...

______

Juvenal "cara de pau


(Recebi esta 'obra prima' pela internet, através da colega Fátima Dannerman. Apesar da forma galhofeira, ou até porisso, achei muito divertido. Os educadores merecem todo nosso respeito. Mas, os de verdade, porque nem todos os que se dizem ser, o são. Não é mesmo?)

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Dicas de Socorro


Baile do Bloco Coração Rastafari

Para quem quer diversão gastando pouco, neste sábado tem show de Lazzo e convidados no Centro Histórico às 20h. O local é Praça Quincas Berro D'Água no Pelourinho.
O show é grátis. Basta levar três quilos de alimento não-perecível e trocar por uma camiseta do bloco.
Divirtam-se.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Refletindo

Também acho que : "O caráter da troca é o caráter inicial da Justiça".
(Nietzsche)

quinta-feira, janeiro 10, 2008

A importância da desimportância

Resolvi curtir o verão comme il faut. Com sombrero, chapéu, e o biquini velho de sempre (talvez eu compre um novo).
Aqui estou escrevendo bobagem.
Que importância tem dizer que hoje eu fui à praia?
Mas é blog é para isso, né? A inutilidade do inútil. Na maioria das vezes só para registrar fatos e opiniões sem nenhuma importância a não ser a de compartilhar algo que nos pertence com alguém, que por qualquer motivo, nos acesse. A importância da desimportância.
Pois é, hoje eu fui à praia cedo. Estava ótima. Céu azul, água limpa e brilhante, rochas enfeitadas com algas, crianças dando cambalhotas, jovens de bgaixa renda treinando capoeira.
Me lembro dos concursos de Miss, onde invariavelmente a vencedora diz : "Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo".
Dou razão às misses. Às vezes a grandiosidade de algo é tanta que falta vocabulário.
Não tenho palavras....

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Ano Novo

Praia do Porto da Barra
Passei a virada o ano na Praia da Paciência, cenário do filme Luar em Parador, com minha amiga Mariinha e a irmã dela, Rita. Foi bacana, mas faltou a mesa com leitão assado e maçã na boca.

No dia seguinte fui à Praia do Porto, que continua ótima . Não sei o que aquele pedaço de praia, de uns 200 metros, em pleno centro urbano, tem para me fazer feliz. Mas faz. Será a água limpa e transparente? A diversidade das pessoas? Os vendedores ambulantes?

Sei lá...

Os meninos das favelas próximas pegaram bolas de soprar usadas pelos hotéis da Barra para o reveillon, amarraram uma nas outras e transformaram em bóias. Ficou bonito.

Depois, os barcos que participaram da procissão do Senhor dos Navegantes voltaram soltando foguetes.

Beleza plástica.

Sol quente, água fria, água de coco.

O que nos trará este novo ano?

Dias melhores, tomara.

quarta-feira, janeiro 02, 2008


Que 2008 nos traga o melhor do nosso destino!