sábado, dezembro 29, 2007

Nasci na Bahia para me aperfeiçoar

Dizem os hindus ( ou serão os budistas?) que a cada encarnação temos que adquirir uma virtude até que nos tornemos perfeitos.
A partir desse princípio, eu ainda tenho várias encarnações garantidas.
Nesta , com certeza, a que acho mais dificíl de adquirir é a paciência.
Deve ser por isso que nasci baiana. Ontem, nos Correios , quase tive um xilique.
Meus Deus, parecia um concurso de lerdeza.
Uma fila enorme e três caixas trabalhando como se pesar e selar um envelope fosse um problema de alta complexidade.
Comecei a reclamar, pois não me controlo.
Quando chegou a minha vez calei-me, pois os caixas apesar de moles eram muito simpáticos.
Fiquei me sentindo uma maluca por ter sido a única a protestar e, quem sabe, ter ofendido pessoas tão gente boa, que estavam fazendo o trabalho do modo como lhes era exigido por outros lerdos.
A começar pelo gerente.
Coloquei minha carta e fui embora irritada ( nem todo mundo tem e-mail gente).
Encontrei outras filas no caminho e todas morosas.
O que eu podia fazer além de ficar batendo ritmadamente o pé no chão?
Enfim, consegui cumprir todas as obrigações que me determinara e voltei para casa.
Exausta.
A moleza me cansa ( por favor, não confundam moleza com preguiça: baiano gosta de trabalhar, desde que não seja funcionário público, mas isso é igual em todo o Brasil. Eu detesto quando algum palhaço diz que baiano é preguiçoso). Aqui a única coisa que passou rápido foi 2007.
Mas, entre outras coisas, desejo que o Ano Novo me faça mais tolerante e menos impaciente.
Nem que para isso eu tenha que me entupir de Lexotan.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Benazir Bhutto




Benazir

Não aponte o dedo
para benazir Butho
seu puto
ela está de luto
pela morte do pai
não aponte o dedo
para benazir
esse dedo em riste
esse medo triste
é você
benazir resiste
o olho que existe
é o que vê .


A canção de Chico César, que eu não conhecia, foi enviada por Socorro, que eu acho deve ter um baú de relíquias, de onde retira preciosidades nas horas adequadas.
Eu, de minha parte, estou puta com a morte de Benazir. Pena não ter ficado em Londres e voltada para a Barbárie.
Quem quiser que diga o que quiser, mas para mim, homens bomba (e mulheres também ) , seqüestros são coisas inumanas. Pura barbárie.
Agora, quero ver como vai ficar a situação dos reféns das Farc. Será que agora que ficou em segundo plano, depois de se manter na mídia por semanas com a novela dos reféns, Chávez vai mandar seus amigos libertar os os prisioneiros, ou vai esperar que os holofotes voltem de novo para ele ? Quando terá fim esse crime inominável cometido por esses caras de se apossar indefinidamente da vida de pessoas, cercear seus direitos de ir e vir, acabar com suas auto-estima,e tratá-las como bichos?


Como será que vai agir o " herói" megalômano em seu desejo de ser deus?........

terça-feira, dezembro 25, 2007

O Natal de Pombinha




Pombinha passou o Natal dormindo na calçada de uma das ruas mais sujas do Rio Vermelho,

em frente a uma das academias mais caras do bairro.
Pequena, inchada, cara redonda, cabelo sujo, Pombinha dormia a sono solto.
Talvez sonhasse com o seu tempo de empregada doméstica,

quando tinha um teto sobre a cabeça,

até a patroa cansar-se de vê-la

sempre embriagada

e botá-la na rua,

onde ela continua,

e de onde certamente não vai mais sair.
Talvez Pombinha não sonhe mais.

Entorpecida pela cachaça,

é provável

que não haja mais lugar para sonhos

em sua mente

onde figuras daqui e de outros mundos

se confundem a todo instante.
Não há mais lugar para sonhos ou desejos

na vida de Pombinha (não sei por que tem esse apelido, mas presumo que fosse uma pessoa doce).

Existem apenas dias após os outros

deitada na calçada fétida

ao lado de cães vadios.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Viva Dom Cappio

As formas de amar são inúmeras. Dom Luiz Cappio está dando um exemplo disso com sua luta contra a transposição do rio São Francisco.
A população do Sul do país, assim como a mídia da região o tratam como um frei arrogante que faz greve de fome para chantagear o governo federal.
Mas os moradores da região sabem o que D. Cappio está fazendo: está lutando para impedir que o rio morra para se transformar, como geralmente ocorre no BRasil, em milhões de dólares nos bolsos de empreiteiros e em comissão para campanhas políticas.

Pessoas sérias e sem interesses econômicos pedem a revitalização do rio que mal está se aguentando por onde corre, quanto mais para ser sangrado.
Poderia se dizer que o governo federal "está descobrindo um santo para cobrir outro" se a transposição fosse efetivamente beneficiar a população dos estados para onde, supostamente, correriam as águas do Velho Chico.
Em greve de fome há cerca de 20 dias D Cappio pode até morrer antes do rio.Mas, morrendo ou não, ele estará na memória dos que viram o rio ser assassinado. Estarão na memória do povo também todos os responsáveis por esse crime ambiental e contra o povo do São Francisco.

domingo, dezembro 16, 2007



"Quem com farelos se mistura , o porco come".
(Entreouvido entre dois operários no ponto de ônibus)

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Normal é ......

"A normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."
Não sei de quem é a frase, mas gostei dela.
Temo é que essa conclusão inteligente
se torne... "normal".

quarta-feira, novembro 28, 2007

Será que somos tão malucas assim???


Fui ver hoje o filme “O passado” de Hector Babenco, com Gael Bernaz, o ator mexicano que fez Che Guevara em filme recente, não me lembro de quem. O filme me foi recomendado pela minha amiga Célia, que mora no Rio e que ficou muito mexida com a fita.
Se eu fosse um homem assistindo esse filme, sinceramente, ia desejar ardentemente ser gay. Tanto pelo homem, personagem principal, quanto pelas mulheres da fita, na verdade uma alegoria sobre a dificuldade feminina de se separar e de estar sempre querendo querer volta à parte do passado considerada boa.
A personagem principal, Sofia, mulher de Gael na fita, é louca de carteirinha. Louca e chata. A atriz é ótima. A namorada que ele arranja após a separação é outra maluca: uma mulher linda, insegura, e sem auto-estima que tem ciúmes até da sombra e se vê trocada por outra mulher em qualquer situação. Dá para sentir como deve ser chato para os homens ter que aturar uma mulher muito ciumenta. Chega a ser constrangedor.
O personagem de Gael – Rímino – não é nenhum exemplo de equilíbrio, e também não consegue livrar-se do passado, mantendo o vínculo com a ex-mulher que o persegue e que acaba levando-o a ruína.
O final do filme é um alívio e uma libertação.
Ém algumas partes dele, como vi também várias de minhas amigas. Fico até pensando no amigo Castor que dizia que as mulheres são todas iguais, e que nenhum homem presta. Ou vice-versa.
Me veio à cabeça também a alimentação da neurose feminina por parte do ex.( me perdoem os erros ortográficos, mas estou inaugurando minhas talas ortopédicas para as mãos), seja por que motivo for, que não mantém a esperança das mulheres, mesmo que não a queiram mais.
Lembro que tem uma passagem no Evangelho (sim , eu leio a Bíblia, e até revistas de mecânica de automóveis se não tiver nada melhor por perto ), não lembro o livro, que diz que o passado deve ser deixado para trás. Ninguém cresce se não seguir em frente. E se o passado foi melhor do que o presente, pelo menos temos um bom passado quando o futuro não nos parece divertido e o presente é uma série de decisões sensatas...

terça-feira, novembro 13, 2007

Mensagem de Socorro

Às vezes, quando me encontro com velhos amigos, lembro-me de como o tempo passa depressa. E isso faz com que eu me pergunte se utilizamos nosso tempo bem ou não.
A utilização adequada do tempo é de extrema importância. Enquanto tivermos esse corpo e especialmente esse assombroso cérebro humano, creio que cada minuto é algo precioso. Nossa existência diária é repleta de esperança, embora não haja nenhuma garantia quanto ao nosso futuro.
Não há nenhuma garantia de que amanhã a esta hora estaremos aqui.
Mesmo assim, trabalhamos para isso apenas com base na esperança.
Portanto, precisamos fazer o melhor uso possível do nosso tempo.
Creio que a melhor utilização do tempo é a seguinte: se for possível, servir aos outros, a outros seres. Se não for possível, pelo menos tentar não prejudicá-los.
Creio que esta é toda a base da minha filosofia. Às vezes, quando me encontro com velhos amigos, lembro-me de como o tempo passa depressa. E isso faz com que eu me pergunte se utilizamos nosso tempo bem ou não. A utilização adequada do tempo é de extrema importância. Enquanto tivermos esse corpo e especialmente esse assombroso cérebro humano, creio que cada minuto é algo precioso. Nossa existência diária é repleta de esperança, embora não haja nenhuma garantia quanto ao nosso futuro. Não há nenhuma garantia de que amanhã a esta hora estaremos aqui. Mesmo assim, trabalhamos para isso apenas com base na esperança. Portanto, precisamos fazer o melhor uso possível do nosso tempo. Creio que a melhor utilização do tempo é a seguinte: se for possível, servir aos outros, a outros seres. Se não for possível, pelo menos tentar não prejudicá-los. Creio que esta é toda a base da minha filosofia.
Dalai Lama , em A Arte da Felicidade.
(Esta mensagem foi enviada pela minha romântica amiga Socorro que ainda acredita em Fidel e e Chávez).

terça-feira, outubro 02, 2007

"Aqui estamos nós, esperando por vós".

A frase está escrita numa placa
de metal, colocada na entrada do
Cemitério de Lençóis, na
Chapada Diamantina.
De uma simplicidade absoluta,
lembra propaganda de turismo,
e faz com que a morte não
pareça tão amedrontadora.
Apenas um lugar onde todos
teremos que ir um dia,
e onde haverá amigos
nos esperando.

sexta-feira, setembro 28, 2007

A queda

Eu escrevi, certa vez, que andar de ônibus em Salvador é um resgate cármico. É claro que exagerei um pouco. Às vezes me divirto muito com as figuras que aparecem no coletivo, e outras vezes também distraio os passageiros. Como no dia em que despenquei dos meus saltos altos do último degrau do ônibus, e cai em frente a uma parada cheia de gente.
Por sorte botei as mãos na frente, não bati a cabeça (já pensaram? Tudo ia virar desculpa: ah, foi porque ela caiu e bateu com a cabeça...), arranhei as mãos, os joelhos e 'dei um jeito' no tornozelo- agora me ocorreu: por que se diz dei um jeito no tornozelo? jeito de quê?
Bom, resolvi bancar a despojada, levantei com o que sobrou da minha dignidade (a maior parte ficou no chão) sob o olhar de algumas pessoas espantadíssimas, como se fosse um fato muito raro alguém despencar de um transporte coletivo.
O tornozelo doía e pensei em ir a uma clínica ali perto. Fui andando, mas no caminho desisti. Já que dava prá andar, melhor ir trabalhar. Se o tornozelo inchasse eu procuraria um ortopedista.
Cheguei na redação mancando, pálida, e com uma cara de coitada que não costumo ter. Logo, me perguntaram por que eu estava mancando (o pessoal da redação é muito curioso).

Eu expliquei: cai dos degraus do ônibus e levantei a barra da calça até o joelho para mostrá-lo ferido.
Oh, como foi? Perguntaram mais uma vez...
Expliquei: eu ia descendo do ônibus, quando vi um casal parado no ponto, e meus olhos foram desviados para o brinco que a menina usava, vermelho e muito original...
"Que brinco bonitinho", pensei antes de cair de cara no chão. E aqui estou eu, sangrando, arranhada e humilhada.
O quê???? disse uma colega virginiana. “Eu já estava ficando solidária com você. Mas não estou mais. Você caiu por motivo fútil’”.
Todos pareceram concordar, e eu botei minha viola no saco e desci para o Serviço Médico, para limpar os arranhões. E como não se pode desfazer o que já foi feito, resolvi descer em outra parada por algum tempo...

quinta-feira, setembro 13, 2007

Ando preguiçosa, inquieta e lenta.
Não quero ler, nem assistir TV.
Será que a esta altura,
ainda tenho
o direito de
não saber o que quero?

sexta-feira, agosto 17, 2007

Eu também....

" ORAÇÃO DAS MULHERES

Até agora o meu dia foi bom!
Não fiz fofoca, não perdi a paciência,
não fui gananciosa, sarcástica,rabugenta,
chata e nem irônica.
Controlei minha TPM,
não reclamei, não praguejei,
não gritei, nem tive ataques de ciúmes.
Não comi chocolate.
Também não fiz débitos
em meu cartão de crédito
e não dei cheques parcelados.
Mas peço a sua proteção, Senhor, pois estou para levantar da cama a qualquer minuto".


Recebi este texto via orkut de minha amiga Rosa de Luxemburgo, que não aguentou a onda de calor na Europa, e ,saiu do túmulo para me mandar este textinho, que devo ficar recitando todos os dias, e quem sabe colar na porta da geladeira. Não sei quem é o autor, mas me identifiquei muito. Achei mesmo que é a minha cara, e acredito que é a cara também da maioria de voces .

terça-feira, agosto 07, 2007

Mijões não são milhões

A rua onde moro é muito tranqüila apesar de estar num dos bairros mais up´s da cidade.
Nos dias de semana à tarde, pouca gente nas ruas, só porteiros, e alguns meninos jogando bola. Tem igreja católica, evangélica, centro espírita e um monte de bar.
Outro dia fui no centro fazer doação de roupa usada (porque, entre outras coisas, guardar energia parada em casa dá azar) e quando saí de lá quase me bato com um homem que vinha em minha direção. Ele se assustou e fez um gesto brusco. Tomei o maior susto.
O sujeito que estava bem vestido, e não era nenhum garotinho, simplesmente vinha urinando pela calçada a passos largos. Quando topou comigo também se assustou e colocou bruscamente o instrumento (devo colocar o pênis? Não sei...) dentro das calças. Fiquei pasma. Depois falam que pobre é que urina na rua.
Ainda com raiva percebi um rastro comprido de urina: ele vinha urinando desde o início da rua, e não se deu ao trabalho nem de parar e se encostar a um canto.
Contudo, me deixa satisfeita que, ao me ver, de sopetão, ele tenha colocado o 'instrumento' para dentro da calça, e se molhado todo. Não iria mais poder ir até onde pretendia com tanta pressa. Foi inacreditável!
Inacreditável também é a deportação pelo governo brasileiro dos boxeadores cubanos que cometeram o horrível crime de querer escolher onde e como viver.
Fiquei espantada, também, de não ver o movimento(?) de Anistia e Direitos Humanos, sempre tão ciosa em defender os oprimidos, se pronunciar....
Por que será? me perguntei enquanto meu estômago se revirava, e precisei tomar um sonrisal. Talvez porque Cuba seja o Edén dos que não nasceram lá, só vão lá quando querem, e podem sair quando bem entenderem.
Na verdade, que péssimos cidadãos esses, que querem ser homens livres!!!
Também, talvez, porque Fidel Castro é uma religião, e fé, como todos sabem, não se discute. Pega mal.
Porque me lembrei do mijão (desculpem por colocar esse termo chulo, mas não encontro outro mais adequado) e do governo brasileiro?
Ambos me enojam.

domingo, agosto 05, 2007

Antes de ser Pai, Deus é Mãe.

terça-feira, julho 31, 2007

A felicidade é egoísta.
E daí????

Pode-se escrever um

monte de letrinhas
sobre isso.
Mas quem pode me
fazer feliz, senão
eu mesma?

sexta-feira, julho 27, 2007

Lua nova


Noite clara,

lua grande,

a rua Alagoinhas

cheira a madressilvas.

Lembro de uma noite

na praia de Trancoso,

quando deitada na areia,

eu vi o espaço

de cabeça

para baixo.

Eu, as estrelas, o

barulho do mar,

ansiedade, e medo.

sábado, julho 14, 2007

Para que facilitar, se a gente pode complicar?



O mundo ocidental deve muito aos gregos. Não só pelos valores como democracia e liberdade, mas também pela noção de beleza. Afinal, foram os filósofos gregos que começaram a pensar sobre estética através de objetos bonitos e decorativos produzidos em sua cultura. Platão entendeu que estes objetos incorporavam uma proporção, harmonia e união, tentando entender estes critérios.
Aristóteles achou, da mesma forma que Platão, que os elementos universais de beleza era a ordem, a simetria, e a definição Uh Um (não sei porque...Isso parece mais o grito de guerra dos funkeiros).... A estética, palavra derivada do grego aisthésis quer dizer percepção, emoção.
Há quem costume achar que arte é tudo o que é belo. Sendo assim, para essas pessoas deixa de ser arte tudo aquilo que não parece bonito ou que não emociona. É comum ouvir pessoas exclamarem em exposições de pintores abstratos: “Vou comprar tinta e dar para o meu filho. Isso ele também sabe fazer”. Será?
Pessoas que dizem isso precisam entender que a criação tem uma intencionalidade, mesmo que o seu autor a desconheça. A arte nos leva onde devemos ir para que possamos nos ver melhor. Ou como disse o professor de Filosofia Antonio Saja: “o mundo é tão estranho que o Homem procurando clarificar cria a arte”.
Faz sentido. Mas, como codificar um emaranhado de formas geométricas e cores berrantes?”, perguntaria o amigo cujo filho pode fazer um Picasso...
Eu poderia dizer: “ você não precisa entender , nem decodificar. Só precisa sentir”.
Ele poderia responder: “ Ainda bem que não paguei para ver essa exposição”.
Às vezes, para alguns, é difícil entender que a arte não é uma questão técnica, e sim uma questão filosófica. Daí o porque dela estar atrelada a conceitos e valores como bonito, bom, ético e agradável.
Saja disse que na Antiguidade, os gregos prescreviam peças de teatro para os doentes para que eles pudessem se ver e daí não precisassem tomar remédios. A função da Arte é a cura. Não apenas a cura individual, mas a cura civilizatória. Afinal, “aquele a quem você busca é você” que pode estar nas páginas de um livro, num riscado numa tela, numa melodia...
Mesmo que não tenha sido você a escrever o tal livro, a pintar a tal tela, na tal melodia...
Filosofar, ao meu ver é afiar a mente. Nem que seja para complicar, porque, como disse o professor Saja "para que facilitar se a gente pode complicar?"






quarta-feira, julho 11, 2007

Na Terra da Onça Pintada


Os sim´s e os não´s ditos.
Os sim´s e os não´s ouvidos.
O medo do não ainda faz minha cabeça...

quarta-feira, julho 04, 2007

Banzo

Não gosto de sentimentalismos baratos.
Nem caros.
Não sou saudosista.
Lembro com satisfação
o que foi bom,
e com um pouco de raiva
o que não foi,
e que eu podia ter evitado,
e não evitei.
O passado fica nisso.
O inevitável não me causa dor.
Nem tampouco o irremediável.
Mas hoje , por acaso,
ouvi Elis Regina cantando
eu quero uma casa no campo.
E sentí uma saudade besta,
e nova,
da década de 80, do Rio,
das festas, dos meus amigos, dos meus
livros,
e dos meus discos de vinil.

terça-feira, junho 26, 2007

O fim da tarja preta

Acho que os psiquiatras e os laboratórios não vão gostar muito desta pesquisa :

Comer duas ou três bananas por dia é um excelente remédio para superar a depressão, segundo um estudo elaborado nas Filipinas, que destaca o alto conteúdo do "trytophan", um antidepressivo natural, na fruta. A conclusão é do Instituto de Pesquisa de Alimento e Nutrição (FNRI). A pesquisa assegura que os níveis de "trytophan" nas bananas mantêm os níveis de serotonina no cérebro e melhoram o humor das pessoas.O FNRI recomenda a ingestão de duas ou três bananas por dia, equivalentes a entre 20 e 30 gramas de carboidratos e a entre 80 e 120 quilocalorias.Os pesquisadores filipinos observaram outras virtudes da banana para a saúde, como os altos níveis de vitamina A, C, K e B6.
Acho que os psiquiatras e os laboratórios não vão gostar muito desta pesquisa
Chiquita Bacana é quem estava certa.

terça-feira, junho 19, 2007

Nada além

Hoje sonhei com o nada
O nada não tinha nada
Há um pouco de niilismo
Em minha alma....

domingo, junho 17, 2007

Vocês não entendem quase nada do que digo...





Quase que eu apanho ontem, durante um jogo de cartas, de amigas indignadas com esta crônica abaixo, por que eu disse que sou parda, mestiça e que me considero negra, índia, e branca, pelo que conheço dos meus antepassados, todos provavelmente também miscigenados.
Dizer que sou parda para alguns é como dizer que sou branca. Em suma, uma ofensa a todos os negros do mundo. Esse tema é mesmo espinhoso.
A discussão veio à tona depois uma pesquisa que foi feita com negros proeminentes do país, publicadas na imprensa e na internet, que mostrou que praticamente todos eles tinham genes europeus em menor e maior quantidade.
A quem pode interessar uma pesquisa como esta, perguntam alguns, pensando em complôs e conspirações contra a causa do negro.
Que tal à ciência? pergunto eu.
E à quem não interessa constatações sobre o perfil do povo brasileiro? A quem não interessa? .
A verdade e a política, todo mundo sabe, não andam de mãos dadas.
No que uma pesquisa como esta pode atrapalhar a luta pelos direitos do povo negro? Se a luta se baseia no combate ao preconceito e à discriminação o que significa substituir um preconceito por outro, uma discriminação por outra, e o pior: a auto-discriminação ?
Enquanto a polêmica se instalava , eu confundia a minha adversária com minha parceira, e por pouco não passo cartas para ela. Glória Maria surge na tela chamando para o Fantástico debaixo de críticas "Ela é uma branca", dizem.
Por que ela seria branca? Por que não é pobre? Negro tem que ser pobre? pergunto provocante me distraindo do jogo e dando uma canastra real para minhas adversárias.

Não quero ir embora, nem quero dar o fora

Vocês não estão entendendo quase nada do que eu digo. Para mim não importa ser branca ou ser negra. Posso ser qualquer uma dessas coisas. Aliás, eu sou essas duas coisas. O que acho é que não querer se integrar por ressentimento, ou melhor, por medo de ser discriminado, é uma atitude infantil. Portanto, quem sabe, é melhor nos segregarmos num gueto e permitir que os 'brancos brasileiros' nos digam onde devemos entrar, os locais que podemos ou não podemos ir, o tipo de arte de que devemos gostar, e o de pessoas com as quais podemos nos relacionar de igual para igual. Será?
É o branco, o negro, o japonês, ou o índio - em suma o outro- é quem vai dizer quem sou eu?
Eu também tenho alguns preconceitos. Um deles: não gosto de muçulmanos e acho desprezível a limitação individual e a opressão às mulheres dessa religião. Mas, digamos que eu venha a ter um vizinho muçulmano, e todo dia tope com ele.
Vou acabar dizendo bom dia. Talvez um dia troque algumas palavras. E quem sabe até o convide para a tomar um chá na minha casa, ou aceite tomar chá na casa dele. Ele e seus costumes já não serão tão estranhos para mim, nem eu para ele... Não é isso que me tornaria muçulmana( nem nada, Deus me livre) , assim como ele (a) não vai passar a pensar como eu. Vamos provavelmente nos tolerar mais e continuar apenas a nos dizer bom dia.
Agora, não vou discriminar uma pessoa porque ela é preta, branca, rica ou pobre, gay, ou lésbica, feia ou bonita... Mas certamente vou continuar querendo distância dos chatos, burros, e mau-caráter, ,entre outras coisas que não me lembro agora, por que hoje acordei com uma felicidade amedrontadora. Talvez seja a nova dose de bupropiona que esteja fazendo efeito.
Mas, se para algumas pessoas de quem gosto, que respeito e que são inteligentes, solidárias, engraçadas e realizadas social e profissionalmente, é importante que eu me declare negra, e não parda ou mulata, está certo: Eu sou negra, negra, negra como um dia de verão...

Em todo caso, o que digo é que as pessoas deveriam perdoar, esquecer o passado, e não permitir que coisas como as que aconteceram- e que acontecem ainda eu sei- continuem acontecendo, machucando e atrapalhando o presente. Vamos fazer como as crianças quando caem e se machucam , que choram, levantam, esquecem a dor, e voltam a brincar...
Isto também é uma atitude política.
Ah, e para quem pensa que eu censuro os comentários no meu blog não, não, não. Pelo contrário, fico frustradíssima quando não vejo nenhum. Já mexi no blog, já liberei tudo, e em suma, não sei o que está acontecendo.

terça-feira, junho 12, 2007

Sobre negros e brancos...

Todos os dias recebo alguma coisa de pessoas que querem negar a miscigenação no Brasil. Ou somos negros ou somos brancos. E para provar que não somos alienados, que somos boas pessoas, que não gostamos da injustiça e do preconceito, temos que definir de que lado estamos ( o que é isso uma guerra civil?) .
Não sei por que o movimento negro( que conheço) tem tanta raiva da miscigenação do brasileiro. Me mandaram recentemente o texto do blog de Nei Lopes.
Não sei quem é ele, como provavelmente ele não sabe quem sou eu. E olha, temos até o mesmo sobrenome.
Achei o texto dele interessante, embora bata num discurso, que para mim(PARA MIM) é ultrapassado.
Esse conceito de que raça não existe já é do conhecimento de antropólogos há algum tempo. Se é pouco divulgado , ou pouco aceito, é porque existem interesses políticos nisso. Interesses dos ditos brancos e dos ditos negros em provar que não se misturam, o que é bem difícill no Brasil, já que quem tem a pele parda ou marrom, como eu, obviamente é produto de miscigenação.
É verdade que o racismo e a discriminação -por cor, gênero ou classe social são coisas abomináveis.

Mas abominável também é negar a realidade deste país.
Abominável é que alguns MNUs (nem todos) neguem esta realidade, não de forma cientifica, mas por medo de perder espaço.
Talvez fosse o caso de mudar o foco da luta. Lutar pelos direitos que todo ser humano tem, e que todos os cidadãos brasileiros também deveriam ter, independente de sua origem.
Sei que a discriminação dói, embora por ser PARDA (é a cor da minha pele, o que fazer?) e sempre tenha sido classe média, tenha tido uma educação classe média – no tempo em que a classe média era só uma e não como agora-A, B e C- e meus parentes brancos e negros e pardos nunca tenham me rejeitado, eu nunca tenha me sentido discriminada.

Mas isso não quer dizer que eu não entenda, nem sinta como é doloroso ser discriminado pela cor da pele, ou por gênero. O que eu não sinto por mim, posso sentir pelos outros, afinal acredito que realmente só existe uma raça (como diz a ciência moderna: a raça humana). Acho que discriminação é abominável e revoltante...
Mas existe diferença entre revolta e ressentimento. Segundo Albert Camus, filósofo francês de origem argelina, o homem ressentido é aquele em que a consciência de sua situação gera apenas a negação do valor da importância do outro, o desejo de eliminar o outro, a inveja.
Já o homem revoltado luta para transformar a situação, mas não quer ser o outro, nem fazer com o outro o que acha que fizeram com ele. Ele busca se impor como ele mesmo, sem negar
Diferenças nem semelhanças. Ele impõe o seu valor seja ele como for.
O que sinto, por parte de alguns militantes negros, é uma mistura de raiva, ressentimento, e até inveja. Isso para mim, não é racional. É emocional. Não diminuo a dor dos que são vítimas do de preconceito. Eu talvez até já tenha sido discriminada; provavelmente fui. Mas não me senti pequena nem diminuída em nenhuma situação e portanto não percebi a discriminação. E se eu não percebi, não existiu. Só existe aquilo que nossa consciência nos mostra. E consciência é uma coisa muito ampla e complicada.
Lamento o que vejo muitas vezes: o sentimento de revanche que considero pequenez. Querer dividir este país em um país de negros e brancos, como os EUA, negar nossas diferenças, é pequenez.
Acho que o caminho é da luta para conquistar espaços e fazer valer os direitos, mas que também é preciso esquecer a rejeição, o sentimento de inferioridade (que vai da negação da miscigenação ao desejo de agir com o branco, da mesma forma como os brancos agiram com ele).
Besteira esse negócio de dizer sou negro então sou melhor que o branco.
Alguns negros são melhores que alguns brancos, assim como alguns brancos são melhores que alguns negros. Algumas mulheres são melhores que alguns homens e alguns homens melhores que algumas mulheres
Vale lembrar que na maioria das vezes eram negros que capturavam outros negros para vendê-los ao mercador branco. Era costume tribos vencedoras tomarem os perdedores como escravos. Sei que isso não justifica o sistema escravocrata no país, mas explica.
Acho que se eu fosse mais diplomata, faria de conta que também acho que porque o negro foi escravizado, tratado cruelmente, discriminado e injustiçado, tudo que vier de um negro,ou de um grupo negro, é o certo, é a luz, é a verdade.
Então por que eu sou parda, sou apenas negra (apesar de meus antepassados brancos e índios) e tenho que odiar os brancos, ou os assim considerados, e me manter afastada deles e de tudo que os representam seja tecnologicamente, na arte ou na economia?
Acho isso uma forma de pensamento muito rudimentar.
O que sei, e a história pode comprovar, é que todos nós, descendentes de negros no Brasil, somos descendentes de perdedores, ou seja, das tribos que perderam a guerra ou membros de tribos mais fracas.
Não vou abdicar do meu lado branco, nem índio, como não abdico do meu lado negro, para agradar ninguém. Nem negros ou brancos, nem gregos nem troianos, nem gaúchos nem baianos.

Se eu não for verdadeira comigo mesma vou ser com quem???
Chega de dor, de medo, de rancor.

Sou baiana. Sou brasileira.
Vamos pra frente que atrás vem gente.

quinta-feira, maio 31, 2007

"Calar-se é deixar que acreditem que não se julga nem se deseja nada, e em certos casos é, na realidade, nada desejar."
Albert Camus


O que realmente desejamos?
Porque o desejamos?
Desejamos por que desejamos ou desejamos aquilo que as pessoas acham que é desejável?
Qual o valor de um desejo?
Vale a pena desejar?
Será realmente mais sábio
não desejar?
O que dói mais :a má consequência de um desejo, ou o desejo não realizado?

terça-feira, maio 22, 2007

" Pior seria, se pior fosse".
(A frase estava no pára-choque de um carro.)
Este humor e a forma de enfrentar os problemas do povo brasileiro me encantam e divertem..
Um dia daremos certo.
Então poderemos dizer:"melhor será, quando melhor fôr".

sábado, maio 19, 2007

Só chamando Brigitte






O cão da foto é Lobo, um fofo abandonado



Li numa agência de notícias que o presidente do Egito, Hosni Mubarak, mandou investigar os métodos de tratamento dados no país aos cães de rua, comovido por um pedido neste sentido da atriz francesa Brigitte Bardot.
Brigitte, ícone da sensualidade feminina na década de 60, virou uma senhora chata e conservadora, cuja maior preocupação além de praticar o exercício da xenofobia nas últimas décadas, é, diga-se a seu favor, a luta pela proteção aos animais.
A oposição egípcia criticou a carta da atriz ao presidente dizendo que ela se preocupava mais com os cachorros do que com os palestinos. Sabemos que o problema dos palestinos é grave, mas eles próprios são capazes de resolvê-los, e vão resolvê-lo quando assim o decidirem. A questão é que existem palestinos e palestinos e palestinos...
E eles precisam se entender como povo e como nação, o que não está acontecendo.
Mas os cães também precisam de alguém que zele por eles. Não chegaria a dizer, como o ex- ministro Antonio Magri, que cachorro também é gente, embora às vezes pareçam ser.
E gente da melhor espécie. Quem tem ou já teve um cão sabe do que estou falando.
Dá pena ver os cachorros de ruas daqui de Salvador. Também são muitos, e simpáticos. Há aqueles que param na nossa frente e nos olham como se esperassem que disséssemos "venha comigo". É uma situação difícil. Tenho uma irmã que recolhe cães. E outra que recolhe gatos. Eu evito olhar os cães nos olhos quando eles me olham, aliás, evito olhá-los com a cara de fome e o rabo abanando.
Os gatos não me comovem tanto. Eles não nos olham fixando o olhar, como se estivessem nos vendo em nossa individualidade. Além disso, já tenho o meu, que chegou contra a minha vontade, e que agora faz parte da família. Uma gracinha, o poderoso Hulk, um pinscher de um quilo e meio.
Não sei o que fazem com os cães de ruas daqui.Sei que tem um grupo de protetores que os recolhe, quando podem, e o levam a um abrigo no subúrbio de Paripe administrado por boas almas, com pouco dinheiro, que fazem o possível e o impossível para cuidar deles, até que apareça alguém que os adote.
Falar nisso tem uma protetora que está em maus lençóis. Precisa se mudar e tem 12 cães e alguns gatos que ‘resgatou’das ruas (como eles dizem) precisando ser adotados. Se alguém se interessar os telefones dela são: 71- 3373.8226 e 99154713. O blog é www.associacaoadaoecao.blogger.com.br..

E, se Brigitte gosta mais de bichos do que cães é um problema dela. Acho que ela bem que podia dar um pulinho aqui. Certamente alguém diria que ela estaria se preocupando mais com os cães do que com os meninos de rua...
Mas, cada coisa é uma coisa...Sobre os meninos de rua eu falo depois...

terça-feira, abril 24, 2007

A verdade dói

Foto: Hieros Vasconcelos Rego

"A verdade dói", diz o ditado. De qualquer forma acho que devemos encará-la de frente.

Para uma bairrista como eu, doeu ver a mensagem escrita na parte interna de um ônibus da Pituba/Campo Grande, por alguém que se assinou "Zé" e "turista enganado" que dizia:

"Salvador é uma cidade feia, suja e maltratada, cheia de favelas, pivetes e mendigos. Os ônibus são velhos e o sistema hospitaleiro é péssimo".

Foi como um tapa na cara, eu que acho Salvador uma cidade linda, cheia de luz e encanto.

Meu Deus,será que eu acredito no mito criado por Jorge Amado, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Caribé, Calazanes Neto e outros milhares de baianos bairristas e encantados por uma Salvador que conseguem ver apenas com o coração?

Acredito. E como diz outro ditado "o amor é cego".
São esses casos em que a gente só vê o que quer ver.

Comentei sobre isso com uma colega de pós, engenheira ambiental, que também ficou chocada.

"Eu nunca tinha visto Salvador assim", disse ela.

De fato, os turistas geralmente adoram Salvador. Principalmente os jovens e aqueles que vem em excursão e vão de ônibus de turismo para os pontos pitorescos da cidade, saltam , fotografam, voltam para o ônibus, se divertem em algum lugar interessante, voltam para o hotel e de lá para suas casas.

Quem mandou "Zé" vir por conta própria, escolher uma pousada ou hotelzinho e andar de ôninus pela cidade?

Viu o que não devia. Ou devia.
Que Salvador é uma cidade feia e bonita. Talvez mais feia. Com alguns locais arrebatadores como a descida da Avenida Contorno, a paisagem entre o Cristo e o Farol da Barra, a Penha, o Abaeté e o Porto da Barra, é claro.

Que Salvador está cheia de mendigos, fezes de gente e de cachorros pelas ruas, água empoçada junto aos meio-fios, pivetes, ladrões; que o sistema de transporte coletivo realmente é ruim e que o paraíso não é aqui. Apesar do sol, do calor e do ar de sorriso quase constante nos rostos das pessoas.
Dói mesmo. Ver que um estranho tem razão com seus olhos estão destituídos de poesia e de ilusão.
E que nós nos deixamos enganar pelo marketing por amor. Como qualquer apaixonado, bobo e carente que vê a perfeição no objeto amado.

Pobre Salvador tão mal cuidada. Pobre de nós, cegos, que aceitamos a mentira de viver na cidade mais linda, ou uma das mais lindas do mundo.

Não há beleza onde há miséria e sofrimento. Nem onde a miséria cristalizada se torna algo tão banal que não chama mais a atenção.

Triste Salvador e seu povo que mora na periferia , nos barracos, nos bancos de praça.

Triste Salvador, voce me deixa triste.

terça-feira, abril 17, 2007

Não deu em nada....

Fui assistir '300' e saí decepecionada.
É muito boroboró para um filminho daquele.
Fora a grandiosidade da produção o filme é apenas o que, certamente, pretendia ser: uma história em quadrinhos para aficcionados do gênero.
Que desperdício! 300 homens como aqueles, cheio de coragem, e valores, morrerem só por arrogância do rei, porque obviamente o máximo que conseguiriam, e conseguiram, seria retardar a passagem dos persas. Se houvesse uma estratégia por trás disso tudo bem. Mas retardar por retardar não daria em nada.
Leônidas era um tonto e a rainha dele uma, como diria, loura?
Só uma loura, dentro das caricaturas criadas do nada, como a criada entre nós para as louras, coitadas, explicaria as atitudes daquela mulher sem estofo.
Prestar favores sexuais a um notório mau-caráter e adversário do marido para conseguir apoio no Conselho... Burrinha...Contraditória...
Onde estavam seus conceitos de honra? Comercializar o corpo é para prostitutas não para rainhas. Deu no que deu. O fato dela ter matado o detrator não melhorou em nada a situação.
Enfim, não sei porque os persas ficaram tão p com o filme. Besteira pura.
Só batalhas e combates para quem gosta de ver briga. Se bem que briga mesmo era naquele tempo onde os homens lutavam para valer, e sobreviver uma mera possibilidade . Olho no olho, mau hálito no nariz dos outros. Era assim.
E nfim, não sei o que me desgostou mais nos quadrinhos filmado. A besteira dos 300 ou a burrice da rainha. Rodrigo Santoro estava bem, mas nem tanto. Fantasiaram demais o pobre do Xerxes, que ficou parecendo um travesti.
Adoro épicos, mas os históricos! E com personagens que valham a pena. Já viram que meu problema com o filme foi, na verdade, com os psersonagens, não é?


Fiquei quase um mês sem escrever. Estava meio sem saco, triste, com perdas recentes (ainda estou). Mas o principal é que tinha esquecido a minha senha e não conseguia entrar no blog. Dá para acreditar?

domingo, março 18, 2007

As cinco lembranças



"Eu pertenço à natureza do envelhecimento; não há nenhum modo de escapar do envelhecimento".
"Eu pertenço à natureza das doenças; não há nenhum modo de escapar de sofrer alguma doença".
"Eu pertenço à natureza da morte; não há nenhum modo de escapar da morte".
"Tudo aquilo que me é querido e todos que amo pertencem à natureza da impermanência. Não há nenhum modo de evitar me separar deles algum dia".
"Minhas ações são meus únicos verdadeiros pertences. Eu não posso escapar às conseqüências de minhas ações. Minhas ações são o solo sobre o qual eu piso".


Gatha buddhista segundo versão da escola Thien Lam-Te


(Angela José, cineasta e jornalista, amiga de longas datas, teve um aneurisma cerebral e faleceu em Cabo Frio no dia 13 de março. No dia 20, terça-feira, serão celebradas duas missas em sua memória no Rio : 11h: Igreja da Lampadosa – Av. Passos, 15 – Praça Tiradentes
18h: Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Rua Benjamin Constant, 42 - Glória)

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

A festa que não foi....

O carnaval passou e deixou na cidade um cheiro de lama e medo do futuro.
Os excluídos saíram às ruas para tomar na marra o que achavam que devia lhes pertencer.
Assaltaram ônibus, saquearam passageiros, agrediram e assustaram..
Tenho uma amiga que gosta de dizer que vivemos num apartheid. Nunca levei isso a sério porquea afirmação dela me remetia a segregação sul-africana, diferente da nossa.
Mas, descubro que ela tem razão.
E pressinto que os que estão no fim da cadeia alimentar vão engolir os que estiverem qualquer nível acima deles. É a realidade de agora.
O carnaval costuma mostrar as coisas que se esconde.
É a busca da satisfação, da alegria, do prazer.
Para alguns é mais do que isso.
É a busca da revanche, da vingança, a explosão do ódio e do ressentimento.
E apesar disso tudo, deveria ser uma festa linda de um povo que , acredito, ainda sabe se divertir.
Que outro país do mundo pára quase uma semana numa espécie de grandes férias coletivas para brincar, curtir, relaxar, descansar, enfim, parar a rotina de fato?
O carnaval deveria ser uma festa.
Não é mais.
Já foi?
Que pena.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Se o santo tem pés de barro, melhor deixar que eles quebrem....

domingo, fevereiro 11, 2007

Hoje teve sol, andei na praia e mergulhei numa espécie de lago salgado da Praia da Paciência que, aliás, estava muito suja por causa da chuva que caiu na madrugada.
Poderia dizer que foi um dia bom. De fato foi.
Mas não me sai da cabeça o menino que foi arrastado fora do carro por ladrões no Rio, ou o caso aqui em Salvador, do funcionário público, pai de família, que "incomodava" sua chefia por se recusar a fazer algo que sua consciência condenava, foi assassinado quando os "seguranças" do órgãoo em que trabalhava, contratados para lhe dar um susto, "exageraram" na dose e mataram-no de pancada.
Poderia dizer que hoje foi um bom dia, mas estas coisas que parecem se repetir sempre, a barbárie, a impunidade, me angustiam...

domingo, janeiro 28, 2007

Sozinho com o mar



Gostei muito desta foto que o meu filho tirou, no Rio Vermelho, para a aula de fotografia da faculdade.
O homem sozinho sobre a pedra passa segurança. E auto-dominio.
Eu teria coragem de ficar sobre uma rocha no meio do mar?
Não. Não sou páreo para as águas..........

sexta-feira, janeiro 26, 2007

"Probremática" é a educação no Brasil

Nunca tive muito saco para esses pagodes que assolam Salvador e que retratam o que a cidade, como o país de modo geral, tem de pior. A falta de educação básica das camadas mais pobres da população.
Não se pode negar o swing e o talento musical dos baianos, mas a letra das músicas não é só um acinte ao bom gosto, mas uma razão para nos envergonharmos.
Um dos hits deste verão baiano é uma nova banda, cujo nome não me lembro, nem me interessa e que tem como carro chefe um pagode cujo refrão principal é “ela é probremática”. “Probremática” sim, com o rê no lugar do lê.
Quando a gente ouve pessoas falando errado, ou cantando com erros de português é revoltante. Gravação num CD então é de matar de raiva. Penso que deveria ser caso para processo. Proces-so em defesa da língua, dos nossos ouvidos, das escolas.
Afinal, será que as gravadoras não podem sequer sedar ao trabalho de, ao menos, orientar os 'artistas' e mostrar como se fala corretamente? Banaliza-se a mediocridade, a ignorância, e a falta de respeito com a arte. Os erros e os vícios de linguagem são vistos como normais, populares...E ainda há os que chamam de elitistas os que criticam essa miserabilidade intelectual.
Um colega vendo minha indignação pergunta:”Você não sabe que aqui na Bahia quanto pior , melhor?”
“Daqui a pouco eles estão no programa de Faustão com aquele auditório debilóides gritando também ela é probremática”....
É bem possível. É só lembrar da boquinha da garrafa e de outras “pérolas” do pagode da Bahia.
Bororó, bororó.... Bororó, bororó...

sábado, janeiro 20, 2007

Sem tolerância


foto: Hieros Vasconcelos
Aieska, educadora e amiga, me mandou uma ressalva: o seqüestro de nossa colega jornalista durou três horas e felizmente ela saiu sem um arranhão.
Fico feliz por isso, mas continuo em um quase pânico insidioso.
A insegurança não deixa margem à tolerância.
Salvador não merece isso. O povo baiano não merece isso, e os próprios criminosos poderiam ter uma vida decente.
O que será que podemos fazer, de fato, efetivamente, com resultados concretos?

domingo, janeiro 14, 2007

Salvar Salvador!


“A liberdade consiste em saber que a liberdade está em perigo”.
Emannuel Lévinas



Duas amigas assaltadas esta semana.
Uma, médica, voltava para casa após um dia de trabalho e ao parar numa sinaleira naorla da Pituba às 22 h, foi surpreeendida ao ter o vridro do seu carro quebrado por um marginal que pegou a sua bolsa e fugiu.
Com a outra, jornalista, foi pior. Vítima de um seqüestro relâmpago, foi deixada de madrugada na região das Ubaranas, também na Pituba, após ficar no porta-malas do carro por 5 h rodando com os bandidos. Antes de tomar tino da situação e pedir ajudar, foi abordada por outros assaltantes que a esmurraram e fugiram com a sua bolsa.
Que já estava vazia.
Estamos vivendo uma situação de barbárie. Não existe mais uma cidade grande no Brasil onde se possa viver com tranqüilidade.
Falta segurança. Falta punição. Falta prevenção.
Quando os ladrões são crianças ou adolescentes os policiais não se dão ao trabalho nem de ouvir as queixas. Não adianta ter o trabalho de pegá-los para serem soltos em seguida.
As leis brasileiras não são feitas para o Brasil. São feitas para um país utópico qu está bem longe de ser o nosso. São leis humanas, bonitas, mas inúteis e inviáveis.
Lei é para ser respeitada e usada. E não para o Primeiro Mundo ler.
Principalmente porque o pessoal do Primeiro Mundo é esperto e faz leis adequadas à sua realidade.
È preciso buscar uma solução urgente para a insegurança na Bahia, no Rio, no país.
Soluções de ordem prática e que atinjam várias frentes: policial, da Justiça e social.
Chega de continuarmos reféns da inoperância, do proselitismo, da incompetência, e da sorte!
Me dói muito ver Salvador entregue à bandidagem.