domingo, janeiro 25, 2009

A UNE que já nos uniu, quem diria......

Esta semana, a UNE reuniu milhares de estudantes em Salvador para discutir Cultura. De fato, se há um lugar no mundo onde o tema possa ser vigorosamente discutido e vivido na prática é esta cidade.
Quem não gostaria de participar de um encontro na mais festiva das cidades brasileiras, em pleno verão, a apenas algumas semanas do carnaval?
O encontro, intitulado de VI Bienal da UNE, sob o tema "Raízes do Brasil, formação e sentido do povo brasileiro" terminou hoje. Ao passar pelo bairro de Ondina, vinda da praia, vi um trio elétrico com bandeiras da UNE e um monte de jovens ansiosos na expectativa de realizar o sonho de grande parte dos brasileiros de sua faixa etária que é a de pular atrás do trio elétrico.

"Cruzes, parece a década de 70. Quanto bicho grilo", pensei. Lembrei de meus anos de Universidade Federal da Bahia, a UNE na ilegalidade, e os encontros que bem ou mal eram realizados por estudantes em vários estados do país. Era o maior bochicho. Nunca fui. Meus pais não permitiam, e como eu dependia economicamente deles me conformava. O chato era ouvir as narrações dos amigos na volta, que iam da hilaridade ao surreal. Era muita diversão. Hoje me pergunto, se ansiosa do jeito que sou suportaria fazer aquelas viagens que duravam de um a três dias em ônibus velhos, que iam quebrando pelo caminho. Não sei não.
Bom, falar em curtição na Bahia é a mesma coisa que falar que a rua fica molhada quando chove a programação da meninada foi um arraso: espetáculos como o Cordel de Fogo Encantado, trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar, show de Marcelo D2, rappers e outros shows fizeram parte desses dias de felicidade da Bienal que contou ainda com apresentação de projetos artísticos de estudantes, entre vídeos, fotografias, instalações, peças de teatro, bandas de música e obras literárias.Não poderia ser diferente. Onde há encontro de jovens vivendo um clima de normalidade democrática tem que ter festa, mas teria que ter também protestos. O que será que aconteceu? Saímos da pobreza, não temos mais problemas? Finalmente, alcançamos o sonho de Justiça Social?Que coisa estranha! Mais estranho ainda foi quando percebi um out-door da UNE na entrada do campus da UFBa onde estava escrito: "Não às cotas!"

O que? Não acreditei. Não li nada sobre isso na imprensa local...A UNE é contra o sistema de cotas? Então, esses meninos que estudam em faculdades públicas, têm dinheiro para viajar, e, podem se dar ao luxo de curtir o verão em encontros subsidiados pelo governo, acham que cota é privilégio? O que será que propõem? melhor educação para todos?
Sim, é um direito da população uma obrigação do Estado, mas não pode acontecer como num passe de mágica. E até lá? É preciso apertar o passo e dar a outros jovens, que não estudam em escolas particulares e sim em escolas públicas descompromissadas, a chance de entrar numa universidade pública, a oportunidade de poder fazer um curso superior gratuito. Certamente, eles não vão ter grana sobrando para participar de bienais e encontros da entidade em outros estados, mas terão assegurado o direito de sonhar com uma vida adulta diferente da realidade em que vivem, e mudar o rumo dos seus descendentes.Afinal, para que serve a UNE hoje em dia? Para distribuir carteirinha de estudantes?

terça-feira, janeiro 06, 2009

De Gaza para Salvador

Não consigo deixar de falar dos out-doors (ou sei lá o que é aquilo) do Curso de Pré-Vestibular Análise. Já repararam? Eles são colocados geralmente em pontos de ônibus. O título é "Os deuses da aprovação" e os professores, com os nomes embaixo, aparecem vestidos com togas, como deuses gregos ou romanos, em poses cinematográficas. Minha irmã, professora de inglês, disse que demissão é um favor comparado a tal ridículo. Eu também acho.
Onde é que essa agencia estava com a cabeça( se é que foi uma agencia que bolou esta bobagem)?
Como os professores podem ter topado participar desse circo? Afinal, espera-se que professores tenham auto-estima.
Por favor, gente!!!!

sábado, janeiro 03, 2009

O Hamas brinca com Israel

Não pensem que apoio o Hamas. Acho que são terroristas quando atacam civis . Mas, não posso dizer que o governo israelense também não seja, quando mata centenas de inocentes nos seus ataques .
Sinceramente, não aguente mais ver o noticiário. A situação no Oriente Médio não muda nunca. É sempre cena de guerra, sangue, dor e lágrimas. É uma doença cronica, é uma burrrice. Todos perdem.
O Hamas, do seu próprio ponto de vista, ganha pontos, quando com os seus foguetes, consegue manipular o estado judeu, que responde exatamente do jeito que eles querem, deixando a população mundial indignada com o massacre de inocentes.
A guerra entre judeus e palestinos atrai a mídia como moscas no mel, e me pergunto porque o mesmo não ocorre com alguns países africanos, em eterna guerra civil e tribal, onde comunidades inteiras são massacradas. Esta semana peguei uns filmes para assistir no feriado. Um deles foi "Diamante Negro" sobre a guerra em Serra Leoa. Na primeira cena , quando guerrilheiros invadem uma vila de pescadores e começam a mutilar homens e mulheres, dei um stop. Não era o tipo de filme que que quisesse assistir no início do ano. Prefiro filmes ficcionais, que se baseiem apenas na imaginação dos roteiristas e que sejam, preferencialmente, engraçados. Se quiser ver desgraça e tragédia é só procurar noticiários de TV e da internet.
Sim, mas voltando ao Hamas. O que o favorece é o fato da mentalidade dos governantes judeus ser igual a desses militantes. É fácil para eles prever a reação uns dos outros.
Também não acho justo culpar o povo israelense por esse estado de coisa. Tem muita israelense que é contra a posição governista e quer alcançar a paz: são as "pombas" ,que não têm a força dos "falcões". Do lado palestino também tem.
Com as devidas proporções parece briga de irmãos: só de birra! Prá não dar o braço a torcer.
Só que nesse caso, estão em jogo vidas humanas . Não vencerá o mais forte. Vencerá o mais esperto, aquele que conseguir trazer a comunidade internacional para o seu lado. E, com certeza, do jeito que está acontecendo, não vai ser o Estado de Israel.