terça-feira, agosto 18, 2009

Não gostei da festa em Cachoeira este ano



Este ano resolvi curtir o meu aniversário, dia de Nossa Senhora da Glória, em Cachoeira, no recôncavo baiano, onde todos os anos a data é comemorada com uma grande festa pela Irmandade da Boa Morte, criada por ex-escravas no século passado, e mantida pelas suas descendentes.
A festa atrai turistas de várias partes do mundo, mas como se passa na Bahia acontecem coisas inesperadas e fora do roteiro. Como por exemplo duas faixas afixadas nos prédios da irmandade, recuperados pelo governo do estado, há quase 10 anos e que ainda se mantém em bom estado.
Eu e meus amigos ficamos boquiabertos e ao mesmo tempo em que achamos o fato muito engraçado, achamos despropositado e inconveniente para a ocasião que em tese
deveria ser de devoção à mãe de Jesus, e portanto cristã.
Uma das faixas raivosas dizia:"Sebastião Héber, a diocese disse que voce não é padre coisa nenhuma.Vá celebrar suas missas no quinto dos infernos". A outra, não gravei, mas seguia o estilo raivoso e acusava o dito Heber de ter escrito tres livros "fuleiros" sobre a irmandade para se locupletar.
Curiosa, perguntei a várias pessoas quem era esse tal de Sebastião. quase ninguém o conhecia. Por fim, uma senhora me disse que era um padre recém-chegado. Não vou tomar partido nessa briga, mas as faixas no prédio ficariam melhor se colocadas em outro lugar
Lembrei-me da frase do ex-governador Otávio Mangabeira, avô de Mangabeira Unger, sobre a nossa terra e que hoje está até se tornando repetitiva. "Pense num absurdo que na Bahia tem precedentes".
O rancor e o desrespeito aos visitantes da autora das faixas enfeiou a festa que não foi como a dos anos anteriores. E a continuar esse clima baixaria não deverá durar mesmo muito.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Trio Elétrico só no carnaval; e olhe lá!


Boa a iniciativa da Sucom de coibir a incivilidade em Salvador que nivela democraticamente ricos, pobres e remediados, brancos ,negros, e mulatos no desrespeito ao direito do próximo de viver pacificamente. Acho louvável,mas de pouco efeito o out-door colocado em vários pontos da cidade com a mensagem "Abaixe o som, aumente a paz". Onde os autores dessa mensagem pensam que estão? Na Europa?
Duvido muito que os motoristas, que fazem do som dos seus carros uma arma contra o bem estar da maioria dos soteropolitanos, se dê sequer ao trabalho de ler e interpretar o que o cartaz quer dizer. Prá começar, acho que além de já estarem surdos pelo altos decibéis a que estão acostumados, provavelmente não primam pela inteligência e não seriam capazes de dizer, por exemplo, qual a cor do cavalo branco de Napoleão.
Quem anda com o som estridente no carro causando incômodo e mal-estar por onde passa não pode, ao meu ver, ter sido beneficiado com uma boa quantidade de massa cinzenta.A barulheira é para evitar que sintam o vazio das suas mentes.
Se eu fosse o autor do out-door teria feito algo mais agressivo que lhes chamassem a atenção tipo uma foto-montagem de um carro com caixas de som bem grandes e um enorme X em cima com a frase "Trio Elétrico só no carnaval". Ou " Se você quer aparecer melhor botar uma melancia no pescoço e se vestir de Carmem Miranda."
Para esse tipo de gente propaganda educada não resolve.
Não chega até eles, sabem?

sábado, agosto 01, 2009

Chávez e a obrigatoriedade do diploma

A América Latina e suas ditaduras....
Porque acho que agora ninguém tem mais dúvidas que o companheiro Chávez é o que sempre pareceu ser aos menos românticos : Apenas um ditadorzinho fanfarrão? Prá mim toda ditadura, se diga de direita ou de esquerda, é uma forma de se locupletar e garantir o poder com menos esforço.
Afinal, democracia, discussões, debates, prá que essas coisas???Vamos manter os currais com os bois dentro. Bem trancados e sem chances de escapar.Tem coisa melhor do que se perpetuar (e aos seus) no poder?
Evidentemente, que essas coisas também acontecem nas democracias novas, e um pouco menos nas antigas, mas é certo que exigem mais trabalho.E tapar a boca da imprensa ,nós já sabemos há muito tempo, sempre foi uma das primeiras medidas a serem tomadas pelos tiranos.
"Prá que pensar? deixem que a gente pensa por vocês... Prá que falar? deixa que a gente fala o que vocês precisam escutar" e por aí vai...
Falando nisso, no controle da imprensa, ainda tem uma coisa que não sei: de quem foi o lobby para tirar a obrigatoriedade do diploma de jornalista.
A gente vê muita discussão na mídia. Há quem defenda a medida dizendo que a obrigatoriedade foi uma jogada da ditadura militar para ter um maior controle dos jornalistas. Agora, o que parece se querer é o controle, através do descontrole, possibilitando aos apadrinhados políticos -sim porque nenhum órgão de imprensa que se preze vai trocar um jornalista por um,nem dois,nem por três analfabetos na profissão, que exige técnica e ética.
Fico imaginando o que vai ter de assessor de comunicação nos cargos públicos brasileiros que não precisarão sequer saber escrever um O com uma garrafa. O importante certamente será o emprego e a quem eles estarão dando voz. No final das contas, não deu tudo no mesmo??? Quem levou, e leva a sério a profissão, é quem pagou o pato.