segunda-feira, dezembro 04, 2006

Léozinho






Léo teve alta ontem, após mais duas semanas no hospital.
Há dois anos, descobriu-se que ele tinha leucemia e foi iniciada uma luta para a recuperação da sua saúde e para encontrar uma medula compatível com a dele.
Um menino forte, determinado e corajoso. Durante o período em que passou, entrando e saindo no Hospital São Rafael, onde realizava o seu tratamento comandado pela eficiente equipe do doutor Fernando Araújo, Léo não reclamou das quatro cirurgias que teve que fazer para tirar e colocar cateteres (será assim que se escreve?), não reclamou das centenas de agulhadas que tomou, da quimioterapia, dos antibióticos, nem das dores que sentia. Aceitava tudo com estoicismo e acompanhava o seu tratamento cuidadosamente a ponto de ligar para a enfermaria para saber quando as plaquetas que teria que receber iriam chegar, lembrar os horários dos remédios que teria que tomar, e coisas assim.
Só reclamou dos dias que passou na UTI e, às vezes, da comida.
Fora isso, estava tudo dentro do que estava disposto a suportar. Ficou amigo dos médicos, das enfermeiras, das auxiliares, e do pessoal da copa para onde ligava de vez em quando para pedir um sorvete, um cafezinho, um Nescau. Enfim algo que estivesse com vontade de comer. Comia muito para fortalecer seu sistema imunológico e entre seus passatempos preferidos estava o sjogos no lap top, o desenho de Bob Esponja na TV e os passeios de madrugada pelos corredores do hospital puxando consigo toda a parafernália de rodinhas com o soro de onde saía o remédio que ia para o seu organismo. No ano que vem, iria cursar a faculdade de engenharia elétrica no Cefet.
Seus últimos exames mostravam uma medula limpa e os médicos estavam confiantes.
Mas seu ciclo já estava encerrado. Léo partiu na madrugada de domingo levado por uma parada respiratória. Uma partida sentida por todos seus amigos e familiares. E claro, por mim, sua tia.
Um menino de 21 anos com uma inteligência brilhante e um coração de... menino.
Estamos todos tristes e muito orgulhosos de sua capacidade de combate, de seu bom humor, e de sua confiança no futuro. Estamos gratos por tê-lo conhecido e de que ele tenha feito (e fará sempre) parte de nossa família.
Gostaria de poder dizer a ele obrigado Léo, por tudo que nos deu, pelo seu sorriso, pelo seu carinho, e até pela sua teimosia.
Você cumpriu seu ciclo da melhor maneira possível. Tenho certeza que foi aprovado com louvor. E tenho certeza também que estará bem onde estiver.Teremos saudades e o consolo de saber está em paz. Como seu pai escreveu num cartão de dedicatória junto às flores : Fique em paz querido. Não se preocupe conosco.Teremos saudades.

Um comentário:

  1. Anônimo12:20 PM

    Obrigada Jota Jota.Será que eu não tinha sinusite ou o placebo funcionou?
    Dúvidas.
    Abs.Aurora

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